Viver em comunidades brasileiras nos EUA proporciona conforto mas limita a adaptação

A decisão de mudar-se para um país estrangeiro é uma jornada emocionante e desafiadora para qualquer família. Quando se trata de famílias brasileiras se estabelecendo nos Estados Unidos, uma escolha crucial deve ser feita: integrar-se completamente na sociedade local ou optar por viver em uma comunidade com um grande número de pessoas do Brasil, como no estado da Flórida. Escolher por uma comunidade brasileira nos EUA, apesar de proporcionar familiaridade, pode criar obstáculos significativos para o processo de adaptação, especialmente para as crianças. Afinal, a família continuará mantendo os mesmos costumes do Brasil, compartilhando momentos com vizinhos da mesma nacionalidade e, consequentemente, criando uma barreira entre eles e a verdadeira realidade americana.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, ao optar por viver dentro de uma comunidade brasileira, a família está construindo uma bolha em volta de si. “Dentro dessa bolha, as tradições, a língua e a cultura são preservadas. Esse isolamento será prejudicial para as crianças em idade escolar, resultando em dificuldades para compreender as matérias e absorver as informações passadas pelos professores”, revela. Na escola, as crianças são expostas não apenas ao conteúdo acadêmico, mas também a um ambiente social diversificado. “A interação com colegas de diferentes origens enriquece o aprendizado e promove a compreensão global. Por outro lado, crianças que crescem dentro de uma comunidade brasileira irão sentir dificuldade em se integrar completamente nesse ambiente escolar diversificado, o que pode afetar negativamente seu desempenho acadêmico e desenvolvimento social”, alerta.

Quando esses jovens imigrantes chegam à faculdade, as dificuldades podem ser ainda mais evidentes. Afinal, o ambiente acadêmico é desafiador, exigindo compreensão e habilidade para se comunicar em inglês de forma coerente. “Professores universitários, muitas vezes, apresentam ensinamentos complexos e utilizam diálogos que podem ser desconhecidos para quem cresceu em meio a uma comunidade brasileira, mesmo dentro dos Estados Unidos. Isso pode criar uma lacuna no entendimento, prejudicando o desempenho na universidade”, relata Toledo.

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