Tendência de reaproveitar peças e materiais, economizando recursos com criatividade, alinha moda e sustentabilidade e ajuda a mudar a cara do consumo

É praticamente impossível acompanhar o noticiário sem observar notícias sobre sustentabilidade, mudanças climáticas e os rumos do consumo. Como os negócios podem continuar oferecendo produtos que agradam os consumidores e respeitam o meio ambiente? Para marcas de alguns setores, uma das saídas mais interessantes para continuar lançando produtos com apelo sustentável – e driblar desafios como a crise de matérias-primas que surgiu a partir do começo da pandemia de covid-19 – é o upcycling, termo em inglês que mescla upgrade com reciclagem.

“A palavra tem uma definição mais ou menos elástica, mas, a grosso modo, define o reaproveitamento de materiais e produtos que seriam descartados, principalmente para a criação de itens de maior valor agregado. Saem processos industriais como a criação de papel reciclado ou a produção de garrafas plásticas, e entram o trabalho criativo e um toque de artesão. Na maior parte das vezes, a ideia é manter algo da aparência ou finalidade original”, comenta Thaís Faccin, sócia fundadora da Jahe Marketing.

Abstrato demais? Pense no reaproveitamento de um utensílio doméstico para criar móveis, bicicletas se transformando em mobília, ou roupas se transformando em outros itens de vestuários.

“É justamente na moda que o upcycling vem ganhando espaço”, prossegue Faccin. “Em novembro de 2020, quando o site de compra e venda de produtos de segunda mão Enjoei passou a vender ações na Bolsa, a tendência ganhou contornos concretos.” O valor de mercado do site à época chegou aos R$ 2 bilhões.

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