Tabaco pode aumentar em 60% o risco de infertilidade na mulher

O consumo de tabaco está associado a uma diminuição da fertilidade natural, tanto no homem como na mulher, além de piorar os resultados de tratamentos de reprodução assistida. O alerta, do Dr. Fábio Vilela, da clínica IVI Salvador, chega justamente em maio, quando, no dia 31, se comemora o Dia Mundial sem Tabaco. De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de se tornarem inférteis, comparados aos não fumantes. Qualquer produto proveniente do tabaco, como charuto e cachimbo, traz os mesmos riscos do cigarro. Portanto, é recomendável parar de fumar se quiser você ter filhos. As diversas substâncias e componentes do cigarro afetam diretamente o aparelho reprodutor. “Essas substâncias tóxicas afetam os óvulos, o que resulta em uma diminuição da sua quantidade e qualidade. Essa queda no estoque de óvulos pode estar associada ao fato de que fumantes tendem a entrar primeiro na menopausa do que as que não fumam”, explica o especialista.

Uma mulher que fuma mais de 20 cigarros por dia tem sua capacidade fértil reduzida em 43%, de acordo com estudos. A motilidade das trompas também pode ser alterada. Dificultando a implantação do embrião, caso ocorra a fecundação. O risco de aborto aumenta em até 27%, assim como o de gravidez ectópica (quando o embrião é implantado fora do útero). Caso a gestação avance, a fumante tem chances de ter problemas gestacionais, como placenta prévia e parto prematuro. Já nos homens, a motilidade dos espermatozoides também é afetada pelo consumo do cigarro. Ou seja, apesar de o homem produzir espermatozoides, a maioria não se locomove. E, ao afetar a qualidade do sêmen, o problema de fertilidade não fica só numa gestação natural. O cigarro também atrapalha aqueles homens (e casais) que buscam auxílio nos tratamentos de reprodução assistida.
As taxas de fertilização e desenvolvimento dos embriões nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV) são menores para quem fuma. Ou seja, pacientes fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas do que as não fumantes. Além de precisarem de uma quantidade maior de hormônios para estimular a ovulação. O Dia Mundial sem Tabaco foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1987, para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo. O desafio de parar de fumar pode ser grande. Especialmente com o clima de estresse que envolve a sociedade atual. Em todo o mundo, cerca de 780 milhões de pessoas dizem querer parar de fumar. Apenas 30% delas têm acesso às ferramentas que podem ajudar a alcançar o objetivo.

Impacto na saúde dos filhos
De acordo com o Dr. Sérgio Soares, da clínica IVI Lisboa, em Portugal, a exposição pré-natal ao tabaco está associada a um aumento da incidência de má formação no feto, obesidade, hiperatividade e transtornos de comportamento da descendência na vida adulta. O pai fumante, mesmo apenas no período pré-concepcional imediato, pode contribuir para uma maior incidência de câncer nos filhos. “Acredita-se que tal fato se deva a que as mutações do espermatozoide possam ser transmitidas ao feto de modo permanente, passando a fazer parte da composição genética da futura geração”, salienta o médico.

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