De acordo com uma pesquisa feita pelo E-commerce Brasil, somente no primeiro semestre de 2021, o varejo online faturou R$53,4 bilhões em vendas. Desde o ano passado, por conta da pandemia, muitos setores tiveram de se adaptar e migrar para o e-commerce, como é o caso do setor de bebidas. Por conta das restrições impostas durante esse período, os bares e restaurantes tiveram queda nas vendas, e as marcas de bebidas, que até então nunca tinham tido qualquer tipo de experiência com lojas virtuais, se viram obrigadas a se adaptarem ao comércio online.

“A cachaça, por exemplo, que é uma bebida bastante tradicional, é vendida muito em mercados e lojas especializadas, e por isso muitos produtores nunca tinham pensado na possibilidade de vende-las pela internet, seja por falta de conhecimento ou por receio”, explica Rafael Araújo, criador da maior loja de cachaças online do mundo, a Cachaçaria Nacional.

Fundada em 2010 junto com o empreendedor Marcos Paolinelli, Araújo, que naquela época trabalhava na área de direito, percebeu que não havia uma loja virtual especializada na bebida, e muitos produtores tinham dificuldades de vender suas cachaças em âmbito nacional. “Foi então que eu pensei na ideia de criar um e-commerce confiável, onde as pessoas poderiam encontrar diferentes tipos da bebida e os produtores poderiam expor os seus produtos de forma segura”, ressalta o empreendedor.

E mesmo ante a incredulidade de muitos, Araújo decidiu seguir firme com o seu objetivo. Ao contrário de muitas marcas e lojas de bebidas que viram o faturamento cair durante esse período, a Cachaçaria Nacional viu o número de pedidos disparar. “Em 2019, nosso faturamento foi de 4.860 milhões, e em 2020, 9.331 milhões, ou seja, quase dobramos o nosso faturamento”, afirma Araújo. O número de novos clientes também registrou crescimento de 144% em 2020. No ano de 2019, foram 1.166.254 usuários únicos na loja virtual, e em 2020, 2.509.216. Já o número total de garrafas vendidas no ano de 2019 foi de 66.546, e no ano de 2020, 125.627. Outra novidade é que no ano passado, o número de clientes mulheres aumentou 190%. “A cachaça está perdendo aquela conotação antiga de bebida forte ou de qualidade questionável. As pessoas estão entendendo que bebida boa é aquela produzida com qualidade, independentemente se for champagne ou aguardente”, diz o empreendedor.

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