Para onde caminha o mercado da influência digital?

O período crítico da pandemia transformou o mercado da influência para sempre. Se por um lado os criadores de conteúdo viraram o foco das verbas de marketing com o cancelamento dos eventos públicos em razão do lockdown, por outro, toda essa atenção jogou luz sobre a falta de profissionalização de alguns deles, incluindo grandes nomes do setor. O que se viu, na época, foi um levante de questionamentos: num universo de aplicativos que oferecem milhares de seguidores e engajamento, o indivíduo que só acumula números é de fato um influenciador? Cerca de dois anos depois, a resposta veio na valorização daqueles que são autoridades ou liderança em seus nichos.

“Eu encaro a influência como uma responsabilidade, de verdade, que não é medida pelo número de seguidores. Não é essa a definição que buscamos. A influência, para nós, tem a ver com o cuidado que o indivíduo tem sendo representante de sua comunidade, e com sua capacidade de gerar negócios. Antes, havia aquela pessoa que trabalhava pela manutenção da sua imagem pessoal por meio do status ou lifestyle projetado (olha o que tenho, veja quem é meu amigo). Essa pessoa possuía conexões superficiais com a audiência e se associava com qualquer tipo de marca, sem demonstrar preocupação com o público. Era o típico indivíduo pouco engajado em causas sociais e que apoiava uma bandeira em determinada ocasião, mas depois nunca mais falava sobre ela”

No lugar do lifestyle projetado, espera-se que o influenciador compartilhe experiências de vida, tenha conexões menos piramidais com o público, e que defenda suas causas de maneira natural. Do ponto de vista dos negócios, o profissional precisa compreender todos os aspectos pelos quais vai se vincular a uma marca e não pode esquecer de seu senso de dever com a comunidade antes de tentar vender algo para ela.