O manifesto antropofágico, retomado pela Tropicália na década de 1960, traz à tona a tradição indígena de devorar outro homem para adquirir suas habilidades, e incorpora a ideia à cultura. Quase 100 anos após o manifesto, no aconchego da charmosa vila na Rua Ferreira de Araújo, em Pinheiros, a Padoca Filosófica, prestes a completar um ano, entra em uma nova etapa de seu cardápio, somando novos itens para refeições completas e sem perder de vista seu principal objetivo: devorar os clássicos. A casa traz para diversas opções de pratos feitos, tradicionais e veganos para o almoço, e um enxuto e bem elaborado menu de pizzas para curtir o final da tarde e o início da noite.

Para o almoço, o convite para entrar em contato com os grandes nomes da literatura, como Nadine Gordimer (R$44), em um mix de arroz selvagem e agulhinha, shitake, shimeji e nozes assadas, acompanha bolinho de brócolis com mandioquinha, acompanhada pela sugestão de leitura: Beethoven era 1/16 negro. Ou talvez o membro da Academia Brasileira de Letras, Carlos Heitor Cony (R$46), que dá nome a feijuca da Padoca, preparada com feijão orgânico, lombo, paio, carne seca, banana crocante envolta na farinha rústica, vinagrete, caldinho na caneca, arroz soltinho e couve temperada, acompanhada também pela sugestão de leitura: Quase Memória. Os pratos estão disponíveis apenas no salão.

A segunda novidade, extremamente propícia para o recém-chegado inverno, é o menu de pizzas. São massas levemente crocantes, feitas em longa fermentação com farinha italiana, que trabalham com referências aos clássicos gangsters que foram tão homenageados pelo cinema norte-americano entre as décadas de 1970 e 1990. Calabresa à Marlon Brando (R$38) não nos deixa esquecer as ofertas irrecusáveis de Don Corleone em “O Poderoso Chefão”, ou a Berinjela à Scorsese (R$38), que convida a assistir (ou reassistir) o clássico “Scarface”. E por que não unir as duas coisas em uma noite de filmes em casa? As pizzas individuais também estão disponíveis pelo aplicativo Ifood.

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