OUTUBRO ROSA: 80% das mulheres em idade reprodutiva sobrevivem ao câncer de mama, mas podem se tornar inférteis com o tratamento

Receber o diagnóstico de câncer de mama é uma situação muito difícil para qualquer mulher. E quando ela está em idade reprodutiva e ainda não teve a oportunidade de ser mãe, a condição ainda é mais traumática. O problema é que cada vez mais mulheres jovens têm sido afetadas pelo câncer de mama. Felizmente, a taxa de sobrevida é em torno de 80% em cinco anos. Por isso, é tão importante o papel de um especialista para avaliar a repercussão nos âmbitos da autoestima, sexualidade e, também, da fertilidade. Os números de cura crescem graças aos avanços da medicina, mas nem estes avanços foram suficientes para assegurar que a quimioterapia e a radioterapia – tratamentos mais comuns para pacientes oncológicas – não sejam tão agressivos ao sistema reprodutor. Entre os efeitos colaterais de um tratamento contra o câncer estão os danos causados ao tecido ovariano e o possível comprometimento da fertilidade. Mulheres em idade reprodutiva representam cerca de 10% dos casos de câncer de mama. Com a tendência atual de se postergar a maternidade, é possível que se dê cada vez mais o diagnóstico da doença antes mesmo de a mulher ter pensado em engravidar.

A insuficiência ovariana é uma complicação possível do tratamento do câncer de mama, normalmente como sequela da quimioterapia. Tal consequência pode aparecer depois do tratamento e, muitas vezes, é definitiva, levando à infertilidade. “Mais de 80% das mulheres em idade reprodutiva sobrevivem à doença. E muitas delas ainda não têm filhos, quando recebem o diagnóstico. Por isso, é fundamental falar da possibilidade de preservação da fertilidade antes de iniciarem qualquer tratamento potencialmente tóxico aos ovários”, conta a médica Tirza Ramos, do IVI Salvador. Muitas pacientes ficam tão abaladas com o diagnóstico que não pensam em outra coisa além do tratamento imediato da doença. Mas é preciso salientar que o procedimento para congelamento dos óvulos é rápido, podendo ser realizado logo após o diagnóstico do câncer. No congelamento de embriões, é realizado o estímulo ovariano para promover o crescimento dos folículos e o amadurecimento dos óvulos, que depois são retirados e fertilizados com espermatozoides através de fertilização in vitro (FIV) para gerar embriões. Os embriões são congelados para uso futuro. Todo o processo pode levar até três semanas.

O congelamento de óvulos é uma tecnologia que tem sido cada dia mais adotada. O processo é o mesmo para o congelamento de embriões. Com a exceção de que os óvulos não são fertilizados antes do congelamento e sim quando a mulher desejar engravidar. Esta é uma boa opção para as mulheres solteiras. Quanto mais a mulher se cuidar e buscar informações e acompanhamento médico, menores serão os índices de mortalidade. O Câncer de Mama é um tema delicado, mas que precisa ser discutido. O drama na vida de milhares de mulheres pode ter um final feliz com atitudes simples, que mudam o jogo. Se descoberta no início a doença tem chances de cura. Vencer a luta contra um câncer torna as pessoas ainda mais fortes e mais empáticas. Além de serem inspiração para quem não quer desistir de sonhos, inclusive o de ser mãe.

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