Mudança na Iluminação Pública no Rio de Janeiro Altera a Paisagem Noturna em Fotos Divulgadas pela NASA

A Agência Espacial Norte Americana (Nasa) divulgou, no dia 17 de julho, uma foto que aponta como a mudança da iluminação pública no Rio de Janeiro alterou a cor da paisagem noturna nos últimos sete anos. A imagem feita pela Estação Espacial Internacional (ISS) revela como o tom amarelado de Niterói contrasta com as luzes brancas instaladas na capital. Em uma parceria público-privada (PPP), a capital fluminense, por meio do programa Luz Maravilha, promete trocar toda a iluminação pública. Hoje, 80% da meta inicial foi concluída, restando apenas 90 mil pontos para receberem os LEDs planejados. A promessa é que até o fim de 2022, todas os postes da cidade tenham suas alterações finalizadas.

De acordo com o RJ2, atualmente, o número de reclamações quanto a luzes queimadas chegou a aproximadamente 50 mil no canal de atendimento da prefeitura, sendo a maior parte das queixas, solicitações de reparos. De acordo com os dados levantados pelo Instituto de Segurança Pública, o Rio de Janeiro registrou 3.759 ocorrências de furto de janeiro a março de 2022 — um aumento de 58% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 2.366 casos do crime. Algumas crenças que levaram a trocar as lâmpadas pela cidade é que a luz amarela não ilumina tanto quanto a branca, aumentando a segurança nas ruas e até mesmo nas casas. Segundo a arquiteta especialista em iluminação Nicole Gomes, essa crença enraizada é falsa. “Suponho que, por conta da falta de segurança no país, as pessoas acreditem que ao colocar luz branca protegerão ainda mais as suas casas e, consequentemente, a rua em que moram. Desde cedo fomos ensinados que a luz branca ilumina mais do que a luz amarela, mas isso é o que chamo de “Fake News da iluminação”, comenta. A luz branca aparenta iluminar mais porque esse tipo de iluminação reflete nos objetos e parece, então, ser mais forte. Porém, o que deve ser levado em conta são os lumens, a unidade de medida utilizada para medir a intensidade de luz gerada por uma lâmpada.

“Quanto maior for a taxa de lúmens de uma lâmpada, maior será a intensidade de luz que ela terá quando for acionada. Temperatura de cor não está relacionada a potência e fluxo luminoso, mas aos estímulos que a luz traz ao espaço e ao seu corpo.”, explica Nicole.

Além disso, o uso excessivo da luz branca pode ser nocivo ao ser humano que biologicamente é guiado pela luz do sol. O ciclo solar está diretamente ligado ao ciclo circadiano (relógio biológico) e a produção de hormônios naturais. Durante o dia, a melatonina — hormônio do sono— está em alta, e o cortisol — hormônio que nos deixa ativos — está baixo. Já pela noite, a tonalidade mais amarelada e de baixa intensidade retorna, fazendo com que o processo seja reverso preparando o organismo para descansar.

“A má iluminação ou a temperatura de cor incorreta podem desregular a produção dos hormônios no corpo, impactar na regeneração celular, provocar cansaço visual e, consequentemente, gerar falta de concentração, dores de cabeça, alteração no humor, além de aumentar índices de doenças cardíacas, obesidade, insônia, stress — a lista só aumenta”, explica Nicole.

Especialistas negam que exista um tipo de lâmpada vilã, mas que a escolha deve ser pensada não só para o conforto, mas também para a aparência e saúde física. Mesmo assim, a Smart Luz informou que, a partir do 12º ano de concessão, efetuará a troca das luminárias de LED novamente, uma vez que a vida útil delas é de cerca de 16 anos.

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