Mercado de estética deve ser um dos raros setores a retomar procura e movimento

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) medido pela entidade registrou, em abril, a mínima histórica de uma série iniciada em 2004. Puxada, especialmente, pela redução na pretensão de compra, que caiu 24,92% em relação a março (e, no ano, apresenta índice negativo de 24,3%) diante do momento de incerteza. Itens como móveis, moradia, eletrodomésticos e eletrônicos (não incluindo telefonia e informática) e turismo despencaram vertiginosamente entre as prioridades para os próximos meses. Entre os que ainda se salvam estão vestuário e calçados e os reunidos no campo Outros.

Para o presidente do Ipead, professor Fabrício Missio, a retomada do comércio tende a ser muito mais lenta do que a da própria pandemia em si, não só diante do cenário demonstrado pelo índice de confiança do consumidor, mas, também, por conta da cautela para voltar às ruas e aos hábitos pré-pandemia. Para alguns setores como o da higiene e beleza, no entanto, Missio projeta uma recuperação mais rápida, que pode garantir até mesmo a sobrevivência, devido à demanda reprimida.

“Não chega a ser como a alimentação e o vestuário, que se tornam essenciais, mas já viraram um hábito de consumo. É bem provável que haja um boom, inclusive com algum aumento de preços por causa da procura. Não são setores capazes de rebocar a recuperação da economia, mas podem salvar muitos CNPJs e empregos em curto e médio prazos”.

A Redação