Maniçoba: Iguaria indígena cai no gosto popular

A maniçoba é um prato típico do Pará, mas as suas origens são inteiramente indígenas. Folhas de mandioca triturada – também conhecida como maniva -, ervas, embutidos, defumados e carne de porco são ingredientes que compõem a receita. A comida conhecida como a “feijoada sem feijão” dos paraenses é pouco conhecida e gera curiosidade nas pessoas. Uma das maiores dúvidas e desafios no preparo do prato é o tempo necessário para preparação. A elaboração pode ser realizada em casa, mas também está disponível no mercado a opção do prato pré-cozinho. A refeição é tradicionalmente servida na festa típica do Círio de Nazaré, em Belém, quando, para compor a tradição, é realizada a preparação da Maniçoba. O primeiro passo é deixar a folha maniva sete dias cozinhando, pois ela é rica em linamarina, que libera cianeto, substância que, se consumida, pode levar a óbito por envenenamento. Em seguida, é necessário colocar as carnes de molho para retirar o excesso de sal, enquanto isso, refogar cebola e alho e, por último, colocar na panela de Maniva as carnes já cozidas e deixar no fogo por mais 30 minutos. A comida é servida com arroz e farinha.

Segundo a professora do curso de Gastronomia da UNINASSAU Recife, campus Graças, Elza Ferreira, a maniçoba pode ser encontrada pré-cozida nos mercados da região paraense. “Caso seja produzida em casa, é necessária fazer a cocção em um ambiente aberto e com bastante ventilação, preferencialmente utilizando máscara”, conta.

Por ter a mandioca como a principal fonte da receita, a comida é rica em fibras, cálcio, magnésio, vitamina C e diversos nutrientes importantes para a saúde. Contudo, é perigoso comer em abundância. “Não é recomendável o consumo de grandes quantidades de maniçoba devido o resíduo de linamarina que permanece no alimento.”, finaliza.

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