Labioplastia: você sabe como funciona uma das cirurgias plásticas mais realizadas no país?

Mesmo que temas da saúde íntima feminina ainda sejam tabus no Brasil, isso vem mudando pouco a pouco ao longo dos últimos anos. Com a grande disseminação de informação na internet, por meio de grupos e fóruns normalizando discussões de todos os tipos sobre como é ter uma vagina, as próprias mulheres começam a se sentir mais confortáveis com o tópico.

E claro, como não poderia ser diferente, no país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, o assunto também se vira para a estética. De acordo com o último senso da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS na sigla em inglês), em 2019 o Brasil foi o país que mais realizou a labioplastia, ou seja, a redução dos pequenos lábios vaginais.

“Por motivos genéticos, ou pela perda natural de elasticidade com o avanço da idade, os pequenos lábios ficam flácidos e se sobrepõe aos grandes,” explica Patricia Marques, cirurgiã plástica especialista em procedimentos de reconstrução e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Mesmo que pareça um problema até fútil, essa assimetria dos lábios vaginais pode causar diversos desconfortos para quem os possui. Segundo Marques, a maior parte das reclamações em seu consultório se relaciona a parte sexual, já que essa desproporção pode causar dor na hora da relação, e também afeta a autoestima e confiança.

Além disso, os possíveis problemas também se estendem a área da saúde. “Esse excesso de pele deixa a limpeza do local mais difícil, o que pode causar odores desagradáveis, ressecamento da região, e ainda aumento das chances de doenças como a candidíase ou até infecções,” esclarece a especialista.

A cirurgia é pouco invasiva, consistindo em retirar a parte da pele que está ‘sobrando’ além da linha dos grandes lábios, e dura em torno de 40 minutos a 1 hora. Ela é realizada com anestesia local em conjunto com a sedação, e variando de caso para caso, pode-se ter alta já no dia seguinte.

O pós-operatório não é muito extenuante, mas requer uma grande quantidade de repouso. “Durante 10 dias devem ser paradas todas as atividades. Após esse período, caminhadas leves e pouco esforço podem acontecer dependendo do nível de desconforto. Mas exercícios pesados e atividades sexuais só podem retornar depois de 30 a 45 dias,” explica a especialista.

Divulgação