Influenciadoras entram no mercado da moda pela internet

O mercado da moda é uma das áreas que passaram a contar com diferentes portas de entrada e novas formas de atuação com avanços da internet nos últimos anos. Às áreas de criação, confecção e vitrinismo, por exemplo, somou-se a figura dos influenciadores digitais. Tornou-se possível atrair seguidores – e consumidores em potencial – produzindo conteúdo relevante e antenado nas tendências da área, que mudam rapidamente.

Pode-se, levar marcas até os consumidores e também fazer o caminho inverso, apresentando novas ideias e tendências de consumo dos fãs dos mais variados nichos às companhias, por meio de consultoria – tudo ancorado numa forte presença estratégica nos meios digitais. “Hoje, mesmo pequeno, você pode ser conhecido no mercado global”, disse Nicolle Gora, supervisora do núcleo de Moda do Centro Europeu, em Curitiba. Ela conta que estas formas de atuação têm crescido no mercado, junto com modelos como o das “marcas autorais” (pequenas grifes que trabalham na lógica da slow fashion) e negócios de “cocriação” (em que se compartilha o processo criativo com o consumidor final).

“Hoje, mesmo pequeno, você pode ser conhecido no mercado global”, disse Nicolle Gora, supervisora do núcleo de Moda do Centro Europeu, em Curitiba. Ela conta que estas formas de atuação têm crescido no mercado, junto com modelos como o das “marcas autorais” (pequenas grifes que trabalham na lógica da slow fashion) e negócios de “cocriação” (em que se compartilha o processo criativo com o consumidor final).

“Antes, o perfil de quem procurava os cursos era o das blogueiras. Agora, são pessoas que querem comunicar, criar conteúdo na moda e, de alguma forma, se transformar em influenciadoras”.

A área demanda pesquisa constante. Conforme explicou a consultora curitibana Guid Meinelecki, em um evento chamado “Reinventando Moda”, promovido no dia 12 pelo Centro Europeu para discutir mudanças trazidas pela tecnologia para a moda, “não tem como parar em momento algum”. “Você precisa se apaixonar por aprender”, disse Guid, que trabalhava como designer de interface e mudou de área depois de participar de um desafio que consistia em passar 30 dias sem repetir roupas. Ela assina o blog “Não Repete” (naorepete.com.br). Seu primeiro passo foi começar a produzir para o YouTube – um exemplo de estratégia do chamado inbound marketing, em que se atrai o público com conteúdo de valor.

Também é preciso ter conhecimento e rapidez para identificar tendências ainda na ascensão inicial da famosa curva de sino usada para mostrar a adoção de novidades nas palestras de marketing mundo afora.

“Entender o comportamento de consumo e identificar as mudanças é muito interessante para marcas. As que conseguem ‘prever’ tendências têm um ganho incrível, porque conseguem acertar um produto que é mais a cara do consumidor final, mais alinhado ao que chamamos de ‘espírito do tempo'”, diz Nicolle Gora.

“A própria internet traz muito dessa informação aberta para todos. Quando falamos em moda, estamos olhando comportamento e movimentos que acontecem na sociedade e hoje em dia tudo está muito pautado pela tecnologia. É importante estar atento a esses movimentos”, explica.

A empreendedora Daniellen Magalhães resolveu entrar nesta corrida há cerca de um ano, quando começou um e-commerce de varejo. Ela não tira o olho do que está acontecendo, na tentativa de ter um estoque sempre em sintonia com as tendências.

“Sinto que, cada dia mais, as pessoas se interessam por moda. Consigo captar cada vez mais clientes. Mas a concorrência também está crescendo a cada dia. O pessoal está bem antenado”, disse a empreendedora, que se mudou de Cuiabá para Curitiba há cerca de 12 anos. Ela se formou em Administração de Empresas em 2010 e migrou para o e-commerce de moda pelo interesse pessoal na área. “Tem novidade toda hora, tanto na moda como no comércio eletrônico”, explicou.

Hoje influenciadora na área de moda e beleza, a são-joseense Juliana Saraiva contou no encontro do Centro Europeu que deixou uma carreira sólida no funcionalismo público aos 30 anos para entrar no mundo da moda, que sempre a intrigou. Ela começou montando looks para amigos e familiares. Quando viu a oportunidade de fazer o trabalho para valer, foi atrás de formação na área e criou uma plataforma digital, que envolve site, canal no YouTube, página no Facebook e perfil no Instagram.

“Saí do funcionalismo público para a moda e estou apaixonada. A gente cansa muito – é um trabalho que exige bastante. mas você vai dormir feliz.”

Crédito: Folha