Ícone gótico, Notre-Dame soma mais de 800 anos de arquitetura

Um dos principais cartões-postais de Paris, a catedral de Notre-Dame foi construída ao longo de quase duzentos anos, entre 1163 e 1345, na Île de la Citè – uma ilhota no centro da cidade, cercada pelas águas do Sena. O local onde foi erguida era antes ocupado pela Basílica de Saint Étienne, construída no século IV a apenas 40 metros dali, mas o rei Louis VII desejava um monumento capaz de refletir a importância política, econômica e cultural da capital francesa e demoliu o antigo templo para inaugurar a “nossa dama”: uma obra de arquitetura gótica, verticalizada e imponente, idealizada pelo bispo Maurice de Sully e dedicada à Virgem Maria.

A Notre-Dame foi uma das primeiras catedrais no mundo a utilizar arcos externos de sustentação, introduzidas como forma de suportar o peso de uma construção tão alta (as torres frontais têm 69 metros cada e foram as estruturas mais altas de Paris até a construção da torre Eiffel em 1889). Como resultado, as paredes puderam ficar livres para receber vitrais mais amplos (como a famosa rosácea) e trazer mais iluminação à área interna, além de permitir um espaço maior para as ilustrações bíblicas.

Além dos vitrais, a catedral também é conhecida por suas gárgulas e quimeras, figuras grotescas espalhadas por toda a área superior com a função de escoar a água, sem prejudicar a estrutura principal. Inspiradas em figuras míticas híbridas de diferentes animais, que se alimentariam de carne humana, essas criaturas tinham também o objetivo de mostrar aos fiéis os riscos de não se seguir os ensinamentos da Igreja.