“Gordo está sendo aceito como consumidor e não como cidadão!”

“Eu tinha 15 anos e me vestia com as roupas masculinas do meu pai porque não existiam peças que cabiam em mim. Hoje minha sobrinha desta idade vai poder vestir o que quiser, pois há opções de escolha”. É com esta afirmação que a influenciadora e criadora de conteúdo Mel Soares abre a conversa que inclui outras mulheres que sabem bem o significado do termo “gordofobia”, tais como Aliana Aires, Professora PhD e Autora “De gorda a plus size”; Ju Romano, influenciadora; Marcela Liz, empreendedora, consultora, palestrante, Presidente de ABPS (Associação Brasil Plus Size) e Conselheira FIESP COMMODA e Kalli Fonseca, empreendedora.

Conforme continua Mel, “a moda evoluiu, mas ainda falta muito a ser feito. Ainda não há uma identificação na moda com as mulheres gordas, o que impacta na autoaceitação”. A empreendedora e organizadora da feira JF Plus Size – de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais -, Kalli Fonseca, conta que foi somente em 2018, quando estreou seu evento, que usou shorts pela primeira vez na vida.

Já para a influencer Ju Romano, “não é a moda que é gordofóbica, mas grande parte da sociedade”. Complementando esta afirmação está Marcela Liz, que diz que muitas vezes a questionam o significado de plus size. “Se a pessoa sequer sabe o significado do termo plus size, imagina compreender todas as necessidades destes consumidores e da indústria que eles fazem parte. Além de tudo, o confeccionista plus size precisa ser criativo, pois não há uma cadeia para fornecer o que eles precisam”, diz. “Entendi que o consumo era algo que a pessoa precisava para se sentir digna, inserida socialmente. Vejo evolução, mas ainda há muito a crescer e estamos em busca disso”, finaliza.

Divulgação