Gastronomia ganha espaço e novos adeptos em Curitiba

As escolas de Gastronomia, os cursos de culinária, pâtisserie e similares vêm registrando um aumento no número de interessados em descobrir as técnicas e a arte da cozinha. São pessoas que, nos últimos anos, encontraram aí um hobbie, quase que uma terapia. Com a pandemia de Covid-19, além dos “apaixonados por cozinha”, houve também aqueles que viram na gastronomia uma oportunidade de trabalho ou de complementar a renda. Em Curitiba, onde é possível provar os experimentos de chefs de cozinha renomados em diversos estabelecimentos, essa tendência se confirma.

Um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) mostrou que o setor de alimentação cresceu 184,2% apenas no primeiro trimestre de 2021, com expectativa de alta. O chefe de cozinha Guilherme Guzela, que é professor de Gastronomia em Curitiba e tem um canal no Youtube com 224 mil inscritos, fala que faz uns dez anos que a gastronomia começou a registrar esse movimento em ascensão, principalmente estimulado pela televisão e as redes sociais. “A mídia foi trazendo uma luz para a gastronomia que fez com que ela tenha esse lugar de legal, descolado. Fazer comida é uma coisa que agrega às pessoas. Quando você cozinha, você se doa ao outro e você tem um momento de felicidade e alegria. O elogio é muito bom, mas a sensação de você ter feito bem ao outro, um carinho ao outro, isso funciona muito bem”, analisa.

Por outro lado, Guzela diz que também percebeu nesse período muitas pessoas buscando na gastronomia uma espécie de “fuga”. E aí ele inclui profissionais dos mais variados perfis, como médicos, engenheiros, donas de casa, trabalhadores da construção civil. “A gastronomia é uma válvula de escape democrática, comum, porque no dia a dia essas pessoas se envolvem em atividades penosas, maçantes. A gastronomia impõe seu próprio tempo e permite que a pessoa coloque seu toque especial, o seu jeito. É um momento em que as pessoas podem extravasar”, reforça.

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