Estilista baiano desafia padrões e promove consciência ambiental na indústria da moda

Queer, Edymüller já produziu o editorial ‘Mulheres de Jorge Amado’ e o styling de artistas do cenário musical

Surgindo como resposta criativa e eficaz aos desafios ambientais da indústria têxtil, o upcycling ajuda a reduzir resíduos e promove inovação no design, além de educar consumidores sobre a importância da moda sustentável. À medida que mais pessoas adotam essa prática em suas escolhas, contribuem para a construção de um setor mais responsável. Seguindo o objetivo de produzir consciente, com apenas 25 anos, o estilista baiano Edymüller, está ganhando destaque na indústria da moda com uma abordagem inovadora e sustentável. Queer, de gênero fluido, ele está transformando a maneira como vemos a moda, com um foco especial no upcycling, uma ferramenta para a revolução social. Atuando nas áreas de styling e comunicação de moda, ele não apenas cria roupas, mas também envia uma mensagem poderosa sobre a importância da sustentabilidade nessa indústria. “Minha jornada começa desde adolescência por estar inserido no teatro e nele, presenciar a criação de figurinos. A construção de uma indumentária sempre me inspirou e me motivou por ela ser capaz de transformar uma vida, desde a aparência até a saúde mental”, explica.

Em sua bagagem profissional, o estilista carrega trabalhos como a produção para os editoriais ‘Mulheres de Jorge Amado’ e ‘ Identidade da moda baiana’, além de ter produzido o styling de artistas como o ator Vinícius Nascimento, a cantora Aila Menezes e o cantor Jô Barros. Sempre utilizando a técnica que envolve a transformação de materiais descartados em peças novas e de alta qualidade, evitando o desperdício e promovendo a conscientização ambiental. Para ele, o movimento não é apenas uma prática, é uma filosofia de vida que busca evitar o desperdício. No entanto, criar nesse segmento não te deixa isento de desafios. De acordo com Edymüller, em Salvador, o movimento ainda está em seus estágios iniciais. “O movimento second hand ainda é inicial, principalmente quando se trata de lojas físicas. A minha matéria prima vem de brechós ou de doações, e essa falta de cultura e de costume afeta a facilidade e a logística de material. As superações partem com uma boa estratégia de curadoria para a captação de matéria prima e também com a importação de lojas de second hand de outros estados”, ressalta.

Seu estilo é uma mistura única de streetwear com uma estética “trashion”, desafiando os padrões tradicionais de beleza. Suas influências incluem marcas renomadas como Balenciaga e Diesel, bem como estilistas inovadores como Minju Kim e Megan O’Cain. Além de criar peças upcycled, ele também é um comunicador de moda apaixonado. Sua abordagem não se limita ao vestuário, mas inclui mensagens profundas, críticas sociais e reflexões. Nas redes sociais, ele compartilha sua mensagem com um público que abrange pessoas de 18 a 50 anos interessadas em moda, arte e cultura. Com um olhar para o futuro, Muller tem a ambição de ser reconhecido como um crítico internacional, focado em análise de mercado, tendências e inovação. “Eu acredito que tudo necessita de um conceito. Meus trabalhos sempre vem carregando uma mensagem, uma crítica, uma reflexão. A ideia é para além do vestuário, fazer com que as pessoas reflitam que a moda está totalmente ligada ao comportamento e que nós somos reflexos desses movimentos”, conclui Muller.

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