Entenda os sintomas da síndrome de Burnout, que passou a ser considerada doença do trabalho

Cobrança excessiva da empresa ou dos clientes, prazos curtos, metas inalcançáveis, exigência de horas de trabalho além do estabelecido, entre outras situações podem levar à exaustão profissional. Chamada de Burnout, essa síndrome passou a ser considerada uma doença do trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em janeiro de 2022, por levar o trabalhador a um sofrimento psíquico que vai além do nível máximo de estresse. O psicólogo e professor de psicopatologia da UniAvan Rafael Gustavo de Liz explica que entre os sintomas mais comuns dos pacientes estão o cansaço excessivo, seja físico ou mental, dor de cabeça, insônia ou dificuldade para dormir, alteração no apetite e falta de concentração. A síndrome gera sentimentos de derrota, desesperança, fracasso, insegurança, incompetência e uma constante negatividade. O paciente pode apresentar ainda alterações de humor, fadiga, dores musculares, pressão alta, alteração nos batimentos cardíacos e problemas gastrointestinais.

O psicólogo destaca que, na maioria dos casos, o paciente é aquele profissional que trabalha além da carga horária estipulada, recebe cobranças referente ao seu cargo e, por insegurança de perder o emprego, não informa o gestor que está adoecendo diante da sobrecarga. “Burnout, se traduzido para o português, seria a ‘chama que se apagou’, o desejo que adormeceu, no qual a pessoa tinha muita ambição, pretensões, mas acaba se esvaziando, se esgotando em virtude das suas condições laborais”, explica. Embora o Burnout seja gerado no ambiente de trabalho, o paciente pode demonstrar esses sintomas em seu cotidiano, passando a negligenciar a própria imagem, a família e até os momentos de lazer. “Essa pessoa passa a se alimentar mal, não se importa mais com a sua vaidade, se afasta de todos. É aquele cidadão que, quando a família e os amigos vão à praia, ele prefere ficar em casa para descansar”.

Segundo o professor da UniAvan, alguns fatores podem desencadear a síndrome, como o excesso de risco no ambiente de trabalho, cobrança excessiva, falta de reconhecimento do cargo ou estagnação na carreira. Ele destaca que características individuais também podem ser consideradas, como a dificuldade de lidar com emoção, pouca sociabilidade, pessimismo, perfeccionismo ou pessoas que não sabem aceitar feedbacks.

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