Entenda como a neuromodulação pode ajudar pacientes com depressão refratária

A fisioterapeuta Dra. Marcela Couto explica como os tratamentos são aplicados

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, muito caracterizada pelas suas alterações de humor, como tristeza profunda, pessimismo e baixa autoestima. Porém, embora existam diversas terapias medicamentosas para o problema, alguns pacientes não respondem adequadamente aos tratamentos, resultando em altas dosagens de remédios, ausência de resposta ou efeitos colaterais que levam a um estilo de vida de baixa qualidade, o que coloca, inclusive, a vida da pessoa em risco. Segundo a fisioterapeuta Dra. Marcela Couto, a neuromodulação pode ser uma saída para quem lida com os desafios da depressão refratária.

“Atualmente, esse distúrbio psiquiátrico é o principal foco de uso clínico da estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr), uma técnica que induz seu efeito através da indução de potenciais de ação na região do cérebro-alvo. Tais pulsos elétricos repetidos causam alterações nas conexões sinápticas de regiões específicas e aumentam ou diminuem a atividade destes locais a fim de normalizar a atividade cerebral”, explica Couto.

A especialista em reabilitação neurológica e neuromodulação ainda comenta que estudos sugerem que a provável causa da depressão é uma diminuição da atividade no córtex pré-frontal esquerdo. Dessa maneira, o uso da EMTr de alta frequência balancearia a atividade das duas áreas, o que acarretaria uma melhora clínica. “Trata-se de uma opção de tratamento não invasiva e indolor, além de não possuir nenhum efeito colateral.” Dra. Marcela ainda explica que a neuromodulação inclui uma variedade de técnicas desenvolvidas para modular a atividade do sistema nervoso. As modalidades terapêuticas variam de acordo com o contexto clínico, a localização, a precisão, o tamanho das áreas-alvo e o efeito desejado de cada paciente. Além da EMTr, existem ainda a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e a estimulação magnética transcraniana (EMT).

“Os tratamentos também podem ser utilizados em pacientes com ansiedade, fibromialgia, dor crônica, alucinações auditivas, zumbidos crônicos e reabilitação pós-acidentes vasculares cerebrais. Recomenda-se ainda que pacientes com outras patologias também utilizam da técnica, como aqueles que lidam com doença de Parkinson, Alzheimer e distonias”, diz a fisioterapeuta.

Já sobre as contraindicações, Dra. Marcela destaca pessoas com marcapasso, portadores de implantes metálicos na cabeça ou na face (excetos implantes dentários e aparelhos ortodônticos) e pacientes com lesões dermatológicas no local de aplicação dos eletrodos (na cabeça).

Quem é Dra. Marcela Couto?
Professora e pesquisadora, a Dra. Marcela Couto se dedicou a estudar as sequelas do AVC por quase 15 anos. Especialista em geriatria, seu trabalho clínico consiste na reabilitação de doenças e sequelas neurológicas. Couto também desempenha protocolos intensivos com objetivo de promover neuromodulação, associando a fisiologia de exercícios para o cuidado de pacientes com dor crônica, fibromialgia, depressão e ansiedade. Todas as abordagens terapêuticas consideram um raciocínio clínico, com ênfase em prevenção e facilitação da neuro proteção, além de serem baseados em evidências científicas. Com experiência na utilização de recursos relacionados a Terapia Robótica, Jogos Virtuais e Recursos Tecnológicos para a Reabilitação Neurológica, a Dra. Marcela Couto é Credenciada para o trabalho com recursos de Neuromodulação (tDCS e rTMS adultos e crianças), Terapia de Contensão Reduzida para membros superiores e inferiores e Avaliação Clínica integrada.

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