Embrapa investe em cultivar de soja convencional mirando exportações

Mirando mercados europeus e – mais recentemente também o israelense, por quem a Embrapa foi procurada – pesquisadores da instituição avançam para reforçar a presença de sojas convencional e orgânica nas lavouras brasileiras.

O lançamento da primeira cultivar nacional com resistência à ferrugem asiática e tolerância ao percevejo, duas entre as principais pragas do setor, foi um dos destaques apontados pelo presidente da Embrapa, Celso Moretti, na divulgação do balanço das ações de 2020. Engenheiro agrônomo e doutor em produção vegetal, Moretti ressalta que a soja convencional é a única aceita na União Europeia e que as oportunidades são crescentes, inclusive para o cultivo orgânico da oleaginosa.

“Observamos que existe um espaço interessante para a produção convencional, como na Europa, que não compra produto transgênico. E recentemente recebei um contato de empresários de Israel interessados em importar soja orgânica brasileira, um nicho específico”, comenta Moretti, especialista em engenharia de produção com ênfase em gestão empresarial.

De acordo com Rodrigo Brogin, pesquisador da Embrapa Soja e integrante diretoria do Instituto Soja Livre, que estimula o desenvolvimento de soja convencional no Brasil área de soja convencional estimada safra 20/21, 915.150 hectares, com produção estimada de 3 milhões de toneladas. Ante o total de 38 milhões de hectares semeados com o grão no mesmo período a área representa menos de 3%. Mas o lançamento da variedade da BRS 539, no entanto, deve ajudar a elevar a área convencional na safra 21/22, avalia Brogin.

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