Dia da cachaça: alvo de preconceitos, bebida ganha status com rótulos elaborados que custam mais de R$4 mil

No dia 13 de setembro de 1661, a cachaça foi liberada pela Coroa Portuguesa para venda e fabricação no Brasil. A rebelião conhecida como a Revolta da Cachaça aconteceu no Rio de Janeiro, e legalizou a bebida proibida até então. Como uma forma de homenagear esse acontecimento histórico, o Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac) criou o Dia da Cachaça em 2009, comemorado no dia 13 de setembro. Mesmo com a ascensão de bebidas como Gin e vinho no país, a cachaça segue em expansão no país.

O número de estabelecimentos produtores de Cachaça e Aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), registrou crescimento de 4,14 % no último ano. O número no ano passado foi de 1.131 e em 2019, de 1.086. Apesar da bebida ainda se manter no topo como uma das mais consumidas e populares no país, o preconceito e os julgamentos precipitados ainda fazem parte de sua história. “Muita gente imagina que a cachaça é uma bebida barata, com teor alcoólico altíssimo e de qualidade duvidosa”, afirma o empreendedor Rafael Araújo, criador da startup Cachaçaria Nacional, maior loja de cachaças online do mundo.

Bacharel em direito, Araújo queria provar para todos que a cachaça é uma bebida rica em histórias, elaborada com ingredientes selecionados e capaz de surpreender o paladar dos consumidores. Sendo assim, mesmo com a desconfiança de muitos quando o empreendedor decidiu largar a carreira para se aventurar no ramo de bebidas, ele seguiu em frente com o seu objetivo. “Decidi viajar por quase todos os estados produtores e experimentei mais de 2 mil rótulos para conseguir entender tudo sobre o universo das cachaças”, ressalta o empreendedor.

Foi então que ele constatou durante essa sua empreitada que muitas pessoas diziam que torciam o nariz para a cachaça justamente por imaginar que as únicas opções no mercado eram aquelas bebidas industrializadas e vendidas no mercado por preços abaixo de R$10. Sendo assim, em 2010, junto com o empreendedor Marcos Paolinelli, Araújo criou a startup Cachaçaria Nacional. A intenção era dar espaço para os produtores que até então não conseguiam divulgar suas bebidas em PDVs e possibilitar que os consumidores em todo o país tivessem um canal exclusivo e seguro para encontrar diferentes cachaças. “O investimento inicial da loja foi de R$5 mil, e nós dois fazíamos tudo durante o nosso horário de almoço, até que o negócio foi crescendo e eu decidi largar meu emprego para me dedicar apenas ao negócio. Hoje, a loja conta com mais de 2.000 rótulos disponíveis, além do maior clube de assinaturas de Cachaças do mundo, o ClubeCN”, diz Araújo.

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