Denúncias de antissemitismo aumentam 961,36% no Brasil desde ataques terroristas do Hamas contra Israel, aponta estudo

O aumento da violência e do discurso de ódio a partir do conflito no Oriente Médio é uma realidade preocupante, evidenciada por dados da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e da Federação Israelita do Rio Grande do Sul. Mesmo geograficamente distante da guerra, o Brasil tem o registro de crescimento de 961,36% de denúncias antissemitismo apenas no mês de outubro, em comparação ao mesmo mês do ano passado. O estudo foi apresentado nesta quinta-feira (9), em eventos em Porto Alegre e em outras quatro capitais do país – Brasília, São Paulo, Recife e Salvador – que marcam o Dia Internacional do Combate ao Fascismo e Antissemitismo. “O antissemitismo materializado nunca deixou de existir, ele é uma das facetas do racismo e do preconceito que atinge vários segmentos da sociedade. A prova que não aprendemos nada com a noite dos cristiais quebrados é o antissemitismo que vem crescendo há anos e potencialiizou desde os ataques realizados pelo grupo do Hamas”, afirmou o presidente da FIRS, Márcio Chachamovich. Foram 467 denúncias registradas no Departamento de Segurança Comunitária CONIB/FIRS no mês passado, contra 44 em outubro de 2022. Crianças, jovens, homens e mulheres de todas as idades que sofreram algum tipo de violência por serem judeus. Se considerado o acumulado do ano, de janeiro a outubro, o aumento é de 133,6%.

“O ódio disfarçado de críticas estão escondidas sobre o manto da liberdade de expressão não pode justificar o preconceito, a discriminação ao povo que tem seu direito ao estado. O antissionismo se revela a partir do momento que a crítica exacerbada, muitas vezes fruto de desinformação ou por ódio, se estabelecia não somente contra o estado de Israel. O antissemita, tal qual o racista, odeia por odiar. Não reconhecer o seu semelhante e respeitar o outro, é o cerne do antissemitismo. O antissemitismo é uma doença grave, mas pode ter cura”, aponta Chachamovich.

A apresentação dos dados para jornalistas e autoridades foi marcada por uma série de exemplos de ofensas e manifestações públicas do discurso de ódio contra Israel e contra os judeus. Os números refletem as denúncias que chegam aos canais da Conib, mas acredita-se que há subnotificação.

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