Debate avalia impactos da exposição aos agrotóxicos e como diminuir riscos à população

Na classificação do Ministério do Meio Ambiente, os agrotóxicos são “produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, utilizados nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais”. A definição foi apresentada na edição da Caravana Digital AMRIGS realizada nesta quarta-feira (22/06).

Sob a mediação do médico ortopedista e presidente da Associação Médica de Santa Cruz do Sul (ASSOMESC), Dr. Ali Juma Abdalla Hamid, que frisou a importância do tema para a saúde coletiva e a oportunidade do debate proporcionado pela Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), o evento teve como palestrantes o psiquiatra, Dr. Vinícius Alves Moraes, e a médica especialista em Medicina do Trabalho, Dra. Adriana Skamvetsakis. Após lembrar que os agrotóxicos podem ser considerados venenos, pesticidas ou defensivos agrícolas, dependendo do contexto de quem utiliza, Dr. Vinícius ressaltou que as substâncias aumentam a produtividade no campo, porém causam toxicidade.

“Os pesticidas são ferramentas, não são feitas para causar mal, mas quando empregados de forma equivocada geram problemas físicos e mentais”, disse ele, salientando a relevância do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Levantando a questão sobre os agrotóxicos serem causa ou consequência de problemas vinculados à saúde psicológica do trabalhador rural, o psiquiatra destacou que a população desta área apresenta maior prevalência de transtornos mentais. Ele apontou que, por uma série de fatores culturais, comportamentais e geográficos, o trabalhador rural – que tem uma prevalência 20% maior de sintomas depressivos do que a média dos brasileiros – não costuma procurar tratamento psicológico.

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