Consumo de vinho dispara na pandemia

Um dos setores que não pôde reclamar da pandemia foram os varejistas de vinho. Mesmo com bares e restaurantes fechado, o consumo da bebida aumentou de 11% em 2020, em relação a 2019. Segundo dados da consultoria Ideal Consulting, no segundo trimestre do ano passado, a alta foi ainda mais expressiva. Nos meses de abril, maio e junho, quando praticamente todo o país estava passando pela fase mais severa do confinamento, a média do consumo de vinhos por pessoa chegou a 2,81 litros, um crescimento de 72% em relação ao primeiro trimestre. Ainda de acordo com os dados da Ideal Consulting, somente nos seis primeiros meses de 2020, cerca de 200 milhões de litros de vinho foram comercializados no país, um aumento de 27,8% em comparação ao mesmo período de 2019.

Segundo o arquiteto Henrique Hoffman da Painel Arquitetos Associados, vários motivos contribuíram para este salto no consumo de vinhos, um deles é o fechamento de bares e restaurantes, o que potencializou a degustação nas residências. Outro fator é a grande oferta de conteúdo relacionado a este tipo de consumo como cursos e workshops, além dos chamados Clube do Vinho onde, perante uma assinatura, o cliente recebe um vinho diferente todo mês junto com uma revista com todas as informações da bebida.

“Como as pessoas estão passando mais tempo dentro de casa, elas procuram mais por informações, por cursos, e há uma grande oferta de conteúdo online sobre o assunto. Quando o público é educado para este tipo de consumo ele tende a utilizar mais”, disse o arquiteto.

E é claro que este novo hábito impacta diretamente na arquitetura das casas e apartamentos. Para Henrique, com o aumento nas compras de vinho é grande também a procura por ambientes adequados para guardar a bebida. De acordo com o arquiteto, cada vez mais os clientes estão solicitando adegas nos projetos, muitas vezes querem dedicar espaços maiores para o no hábito. “Como as pessoas estão estudando mais sobre o assunto, elas pedem, muitas das vezes, adegas específicas e com características diferentes de luz e temperatura de acordo com cada tipo de vinho”, explicou Henrique.

Conforme esclareceu o arquiteto, esses projetos vão muito além da funcionalidade, os clientes pedem que as adegas não sejam só um lugar onde se guarda o vinho, mas que também constituam um elemento decorativo. “Estão prezando muito pelo visual com prateleiras de madeira ou de vidro, com iluminação interna para fazer parte da arquitetura decorativa da casa”, esclareceu Henrique.

A arquiteta Maria Fernanda Silva de Oliveira, do escritório Estúdio 4 Soluções em Arquitetura, também viu o pedido de projetos com adegas aumentarem nesta pandemia e ressalta que alguns detalhes devem ser observados na hora de se fazer uma adega como material adequado para resistir à temperatura e à humidade e a posição do sol, que não deve incidir diretamente nas bebidas.

“Observando todos esses aspectos como madeira apropriada, insolação, ambiente mais fresco e amenos para manter a temperatura adequada do produto, o cliente terá um resultado satisfatório. Depois é só relaxar e degustar um bom vinho”, concluiu Maria Fernanda.

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