Competitividade no agro é a soma de produtividade e proteção ambiental

O diferencial do agro brasileiro está na aplicação constante de ciência, tecnologia e inovação, que possibilitou o aumento expressivo de produtividade com proteção do solo e dos recursos naturais e menor emissão gases de efeito estufa. Contudo, o setor está em um encruzilhada no cenário atual. Por um lado, o país enfrenta uma cenário de inflação e baixa estabilidade fiscal. Por outro, as organizações globais multilaterais perdem força com o crescimento de políticas precuacionistas e protecionistas.

“Vivemos em um período difícil com muitas incertezas. Mas, o futuro do agro no Brasil está ligado à insegurança alimentar. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) espera que nosso país corresponda com ofertas maiores de alimentos para diminuir a fome no mundo. Desse modo, precisamos nos manter competitivos. E a competitividade é a soma da produtividade com a proteção ambiental”, disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), durante a comemoração de 30 anos da entidade, promovida na sexta-feira, dia 10 de março, em São Paulo.

O deputado federal Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ressaltou a força do agronegócio no Congresso Nacional, uma vez que a bancada conta com 302 deputados federais e 40 senadores. Para ele, a guerra principal a ser vencida pelo setor é a narrativa. “Tanto o Marco Legal dos Defensivos Agrícolas como o Green Deal são questões de narrativa. Por isso, precisamos trabalhar em conjunto para superar esse desafio”, disse. A seu ver, o agro está mais forte do que nunca e o governo precisa ouvir o setor. “Devemos construir pontes para avançar nos temas importantes ao agro”, pontuou. O evento contou com o painel “O Futuro do Agronegócio Brasileiro”, moderado por Carvalho, que salientou a preocupação em abrir novos mercados para os produtos agropecuários e agroindustriais brasileiros para não haver dependências. “A verdade é que muitos países começam a mostrar impressionantes ganhos de renda, como no Oriente Médio e no Norte da África”, explicou. Ele lembrou que a globalização foi importante para o desenvolvimento socioeconômico de todos os continentes, mas que hoje há a volta do velho, com o ressurgimento de forças unilaterais.

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