Como Muhammad Ali se apaixonou e tentou levar Puma brasileiro para a Arábia

Fãs de carros esportivos endinheirados que morassem nos Estados Unidos nos anos 1980 tinham uma série de opções interessantes para estacionar na garagem, desde os fabricados localmente até alguns modelos mais exóticos vindos da Europa. Diante dessa vasta oferta, soa improvável que uma celebridade local, um tal de Muhammad Ali, se interessasse por modelos fabricados em um mercado então bastante defasado como o brasileiro, certo?

Um modelo, no entanto, conquistou o coração do já ex-boxeador: um Puma. Sim, o esportivo brasileiro fora-de-série que foi sonho de consumo de muitos brasileiros nos anos 1970 e 1980. Ali também aproveitou a visita ao Brasil para conhecer outra fabricante nacional de esportivos fora-de-série: a Miura. Para isso, foi até Porto Alegre no dia seguinte ao “passeio” em Curitiba, onde conheceu o Miura 787 e fez uma proposta para vender 240 unidades do modelo ao exterior.

A empreitada, porém, teve um fim súbito quando a família Al-Fassi pulou fora do acordo por problemas com o governo saudita e as encomendas feitas tanto para Puma quanto para a Miura foram canceladas. Isso, claro, rendeu prejuízos, especialmente para a Araucária Indústria de Veículos, que repassou a marca Puma dois anos depois. A Puma, que na época produziu duas unidades do Puma Al-Fassi, ainda teria sobrevida nas mãos da Alfa Metais Veículos e o P-018, atualizado, seria vendido como AM1 – passando por atualizações e mudanças de nome com o tempo. Já a linha de esportivos da marca, que contou o AMV, foi encerrada em 1995. Outra que fechou as portas foi a Miura, mas em 1992.

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