Com cobertura vacinal em queda, multivacinação é a oportunidade de atualizar a carteirinha e proteger crianças e jovens

A cobertura vacinal da população vem caindo desde 2021. Dados do Ministério da Saúde revelam que, somente na região Sudeste, a porcentagem de brasileiros protegidos contra doenças como Hepatite B reduziu de 70% para menos de 50% – mesma taxa de redução na aplicação de vacinas como a Meningococo C, que auxilia na prevenção contra a meningite. Uma das estratégias adotadas para tentar reverter esse quadro preocupante é a multivacinação, ou seja, uma força tarefa para colocar em dia as vacinas de crianças e adolescentes até 15 anos, tanto na rede pública quanto na particular.

Baixa cobertura vacinal
“Se considerarmos o contexto geral, temos hoje, no Brasil, uma cobertura
vacinal de 50% da população quando, no mundo ideal, esse patamar deveria estar entre 90% e 95% para determinadas vacinas”
, destaca a responsável técnica pela clínica de vacinas Semear Imunizações, Júlia Maísa Fernandes Fiorili. “Isso é bastante alarmante, porque a imunização no patamar adequado protege contra surtos, hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos. Se não conseguirmos reverter essa situação será muito complicado, pois poderemos ter novas endemias nos próximos anos, como já está acontecendo com o sarampo”.

Multivacinação
Júlia aponta que, embora a campanha atual de multivacinação tenha como
foco as crianças e os adolescentes até 15 anos, algumas vacinas são
indicadas também para os adultos e idosos. “É possível atualizar as doses para a população em geral, protegendo toda a família. E, mesmo quem está sendo imunizado contra a Covid-19, pode tomar as outras vacinas, não há nenhuma contraindicação para isso”, aponta. A responsável técnica da Semear esclarece que o único intervalo específico que precisa ser observado é entre as vacinas virais, ou seja, que contenham o vírus vivo. “Se eu tomei, por exemplo, a da febre amarela e não foi possível fazer a do sarampo, caxumba e rubéola no mesmo dia, aí é preciso aguardar pelo menos 30 dias entre uma e outra. Contudo, não há problema se forem
aplicadas no mesmo dia”, orienta. “Para as vacinas inativadas, podemos
realizar no dia seguinte, uma semana depois, não tem um intervalo
determinado. A única recomendação para os pais é que, se a criança estiver
com alguma reação referente àquela vacina que ela tomou, que esperem esses sintomas passarem para só depois aplicar uma outra vacina”,
acrescenta Júlia.

De olho nas reações
Para os pais que se preocupam com as possíveis reações, a especialista diz
que é importante monitorar as crianças nos primeiros dias após a aplicação, mas manter a tranquilidade. “As ocorrências mais comuns são febre alta – que pode ser contida com a medicação normalmente indicada pelo pediatra nesses casos – e dor no local da picada, que é bastante reduzida com o uso de compressas frias nesta região”. Júlia informa que, dentro do calendário da multivacinação, algumas vacinas disponíveis na rede particular trazem novas tecnologias e benefícios, então, é importante que os pais avaliem as vantagens. “Como exemplo, a pentavalente que utilizamos na clínica, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, é
inativada, ou seja, é de vírus morto, dando muito menos reação. A vacina
pneumocócica 10 valente, contra pneumonias, aqui é 13 valente, ou seja, tem três sorotipos a mais, com uma proteção maior. A VRH previne cinco tipos de rotavírus, e a Hexavalente contém a pentavalente – contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo B – e também a pólio, então, é uma picadinha a menos para a criança, além de ser igualmente inativada”
, enumera. “Em alguns casos, vale a pena investir nessas vacinas com tecnologia de ponta para garantir proteção mais eficaz e bem-estar”

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