Casa de campo em Itu mistura paisagem rural com arte e design

Repleta de matacões, conjunto de rochedos que se misturam à vegetação, a paisagem da zona rural de Itu, em direção ao município de Cabreúva, no interior de São Paulo, sempre fascinou o arquiteto Alfredo Barbosa. Há 15 anos, comprou ali um sítio para construir seu primeiro refúgio de campo. Preocupado com o desenvolvimento sustentável da região, que viria a se tornar uma Área de Proteção Ambiental (APA) em 2013, promoveu o restauro da mata nativa no entorno da propriedade, atitude que o aproximou de alguns vizinhos, incluindo um velho conhecido, dono de uma fazenda histórica nas redondezas. Foi assim que, durante um café da manhã entre as duas famílias, o empresário encomendou ao arquiteto sua nova residência de veraneio, com estilo contemporâneo, como a de Alfredo, e totalmente diferente da sede colonial que frequentava na época.

Em entrevista à Casa Vogue, que traz um editorial especial sobre o projeto, Alfredo fala a respeito da experiência de construir sua casa de campo no meio da mata nativa. “Escolhemos juntos erguer a casa no alto da colina, escondida entre as rochas, desfrutando de uma bela vista do horizonte”, descreve o profissional. “Ali, defini a ocupação em um retângulo de 19 x 82 m. Optamos pela estrutura metálica, com perfis bem esbeltos. Essa implantação central, propositalmente rigorosa, ortogonal e modular, equilibra os vazios em volta”, explica. Como a questão ambiental era um assunto recorrente com o cliente, o arquiteto buscou seguir à risca as práticas ecológicas propostas pela certificação Aqua-HQE, atestada pela Fundação Vanzolini. “Ao final, recebemos a máxima menção de obra arquitetônica sustentável”, conta. Com 3 mil m², a propriedade distribui-se em três níveis, acompanhando a topografia do terreno. Ao redor de toda a estrutura, painéis de vidro mantêm o jardim sempre presente. O pavimento mais alto abriga um living “contemplativo”, como o autor costuma chamar a área social que reúne sala de estar, jantar e cozinha.

Como o empresário coleciona arte, valorizar seu acervo, recheado de nomes contemporâneos, era primordial. Entre as peças expostas, está a escultura Moon, de Not Vital. “Encontramos lugar para ela bem na entrada. É poética, merecia esse destaque”, discorre. Acomodaram-se também novas aquisições, como a obra pendente de Artur Lescher, sutilmente posicionada no estar. “A intenção foi manter a arte e o verde sempre ao alcance dos olhos.”

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