“Acolhimento no retorno ao presencial: saúde mental e adaptação ao novo cenário” será tema do Circuito Geekie

O retorno às aulas presenciais será acompanhado de uma série de expectativas e desafios para toda a comunidade escolar. Um dos pontos cruciais – que tem sido objeto de preocupação dos educadores e gestores – é como acolher estudantes, famílias e docentes de forma empática, considerando a saúde mental de todos, após um longo período de isolamento social, da perda de pessoas queridas e de uma nova onda de Covid-19. O recomeço, pautado pela reconstrução de relacionamentos em um cenário inédito será tema da primeira palestra da edição 2022 do Circuito Geekie, evento gratuito que traz uma programação especial com palestras, formações e oficinas destinadas a docentes, gestão, coordenação e equipe de marketing educacional.

O tema da primeira palestra do ano será Acolhimento no retorno ao presencial: saúde mental e adaptação ao novo cenário, que será ministrada por Fernanda Leite. Psicóloga e neurocientista, a palestrante chama a atenção para o ineditismo deste retorno às aulas. Enquanto há dois anos, crianças e adolescentes associavam a volta à escola com o fim das férias, e os pais ao início do planejamento do ano, hoje, há um outro significado em curso. “Ficaram suspensas a adolescência, a infância, a interação com pessoas; ficaram de lado a vivência de conhecer novas pessoas, fazer amizades e aprender coisas novas. O coletivo, a experiência social é o que nos faz desenvolver e avançar a nossa parte cognitiva, emocional como um todo. Então, eu percebo um movimento muito grande para o recomeço. As pessoas querem escrever capítulos da história que ficaram em branco nesses últimos dois anos”, afirma a psicóloga.

No entanto, Fernanda chama a atenção para o emocional dessa comunidade escolar. “Com relação ao medo e à esperança, como que a gente busca um equilíbrio entre os dois? Sobretudo, porque não tem como viver sem medo. O medo é uma emoção humana, aliás, do ser vivo, que nos modula e nos protege também. É o medo que faz a gente tomar algumas decisões como pôr a máscara, tomar a vacina. Então, a gente também vai aprender a conviver com esse medo; e a gente vai ter que alimentar esse medo com esperança. Hoje, quando ligamos a tevê, conversamos com pessoas, interagimos no grupo do WhatsApp, o medo está sendo alimentado. Há poucas ações incentivando a esperança. Então, eu defendo que, dentro da escola, exista uma forma de promover acolhimento – isso é também esperançar, ensinar as pessoas a ter uma visão de futuro melhor, de como cada um pode contribuir; de como levar isso para dentro das casas”, pontua, acrescentando que a escola é fator-chave, inclusive, para que os alunos se tornem multiplicadores de esperança.

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