Ácidos graxos saturados podem aumentar risco cardiovascular

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) seguem sendo o principal desafio de saúde pública em nível mundial. No Brasil, as doenças cardiovasculares, a obesidade, a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus tipo 2, isoladamente ou associados, acarretam a denominada síndrome metabólica e são responsáveis por mais de 70% da mortalidade na população brasileira. Evidências científicas reforçam sobre a necessidade urgente de ações preventivas iniciadas nos primeiros anos e mantidas ao longo de toda a vida. A adoção de um estilo de vida saudável, livre de tabagismo, com reduzido consumo de álcool, associado à alimentação adequada e atividade física têm sido os pilares voltados à manutenção da saúde, prevenção e manejo das DCNT. Nesse conjunto de ações, a dieta exerce papel singular tanto pela capacidade em promover saúde, como, também, por contribuir para o desenvolvimento de múltiplos fatores de risco para as doenças crônicas.

Por isso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou, em fevereiro, o novo Posicionamento sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular de 2021 – documento que evidencia a importância da nutrição no contexto da saúde cardiovascular, atualizando a I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular, publicada pela entidade, em 2013, que norteia o profissional de saúde a traçar condutas mais assertivas e baseadas nos mais atuais estudos clínicos. A publicação elaborada por especialistas de todo o país, traz informações baseadas na ciência atual e tem como objetivo descrever os recentes avanços sobre as ações dos diferentes ácidos graxos, desde a sua influência na microbiota intestinal, metabolismo lipídico hepático e tecido adiposo até os principais aspectos relacionados com o risco e o controle das doenças cardiovasculares (DCV), de forma a orientar os profissionais de saúde a propor medidas dietéticas adequadas visando à prevenção e ao controle dessas enfermidades.

Padrão alimentar
A médica comenta que as diretrizes internacionais apontam para a importância do seguimento de padrões alimentares saudáveis, como o Padrão Mediterrâneo e a dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension). O Guia Alimentar para a População Brasileira também evidencia a importância do seguimento de padrões alimentares saudáveis e enfatiza que simplesmente estudar os nutrientes de forma isolada não esclarece por completo a influência da alimentação na saúde. Explica ainda que os benefícios devem ser atribuídos menos a um alimento individualmente, e mais ao conjunto que integra o padrão alimentar.

Intervenção nutricional
Maria Cristina defende que a composição nutricional da dieta deve ser ajustada de acordo com os objetivos propostos para cada indivíduo, considerando as necessidades calóricas e preferências individuais e culturais. Diversas estratégias nutricionais são capazes de contribuir para prevenção cardiovascular, tendo como preceito a exclusão das gordura trans, adequação ao consumo de ácidos graxos saturados e, proporcionalmente, maior consumo de gorduras insaturadas, além de incentivo ao consumo de frutas, hortaliças e grãos integrais.

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