Viagem aos Anos Dourados reflete sobre conquistas e privilégios

Imagina só ter a oportunidade de viajar para o ano de 1959? Em Da Fossa à Bossa, lançamento de Gisele Fortes, Maria Júlia não se encaixa no seu próprio tempo e detesta tudo que tenha a ver com o mundo moderno. Sem interesses amorosos e nada que a prenda, a jovem tem a oportunidade de voltar aos Anos Dourados brasileiros e se redescobrir. Repleta de referências musicais – incluindo canções marcantes da Bossa Nova e nomes aclamados como Nat King Cole e Frank Sinatra –, a obra traz reflexões importantes ao colocar a protagonista para encarar escolhas difíceis: se render às descobertas do amor verdadeiro ou se tornar uma mulher independente que pode, de fato, fazer a diferença?

De forma leve, com cenas divertidas e de aquecer o coração à lá Jojo Moyes e Carina Rissi, Gisele Fortes consegue, ainda, trazer um aspecto mais complexo à narrativa. Ao voltar no tempo, Maria Júlia se vê imersa em uma sociedade bem conservadora, com concepções muito diferentes das que está acostumada, principalmente, sobre o papel da mulher – e este será um fator essencial para entender seu verdadeiro lugar no mundo.

Viver em 1959 foi determinante para eu ser a
Maria Júlia forte e destemida que sou hoje, capaz de encarar os
próprios medos e de lutar pelos próprios sonhos. Pronta para
batalhar por mulheres que, diferentemente de mim,
não podem usar as suas vozes. (Da Fossa à Bossa, p. 169)

Visitar o passado, além refletir sobre conquistas e privilégios, é uma forma de ressignificar o presente. Com uma mensagem poderosa de força feminina, Da Fossa à Bossa é uma leitura reconfortante para todas as idades, mas principalmente revigorante ao público jovem-adulto que precisa de um empurrãozinho para entender o tamanho de sua influência.

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