
O Conselho Federal de Medicina solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a proibição da venda do PMMA, uma substância que tem sido utilizada de maneira indiscriminada em procedimentos estéticos. Classificada como de classe IV (risco máximo) pela ANVISA, o PMMA é autorizado apenas para tratamentos específicos, como a correção de deformidades causadas pela poliomielite e cicatrizes profundas. No entanto, ele vem sendo aplicado em procedimentos como aumento de glúteos e outras áreas corporais, sem a devida orientação médica e em situações não indicadas.
Para o biomédico Dr. Vitor Mello, especialista em estética, a medida é essencial para proteger a saúde das pessoas. “Os riscos associados ao uso da substância não podem ser subestimados. Embora o material seja popular devido à sua resistência à absorção pelo corpo, ele pode provocar reações a longo prazo. Entre as complicações mais graves estão inflamações crônicas, formação de granulomas e até a migração do material injetado, o que pode resultar em deformidades severas e tornar o tratamento muito mais complexo”, alerta.
O especialista ainda destaca que a capacidade do PMMA de estimular a formação de tecido fibroso ao seu redor pode complicar a remoção em casos de complicações, como infecções ou necroses teciduais. Além disso, a aplicação profunda e a quantidade utilizada podem aumentar os riscos de complicações vasculares, como obstruções e embolias pulmonares.
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