Peça Miss Eloquência desconstrói o amor romântico e levanta questões femininas

Como se relacionar desconstruindo o amor romântico idealizado? Este é um dos muitos questionamentos de “Miss Eloquência”, personagem que está debutando na solteirice e vive uma saga para entender o porquê dos tantos desencontros amorosos por ela vivenciados. A comédia dramática, que mistura o standup e teatro contemporâneo e documental, estreia no dia 17 de novembro até 9 de dezembro, na Casa da Glória, às 19h30, com texto escrito a quatro mãos pela protagonista, Virgínia Martins, em parceria com Chia Rodriguez. Virgínia coloca suas experiências e questionamentos neste texto, inserindo, por exemplo, elementos de sua ancestralidade, uma vez que ela carrega o mesmo nome de sua bisavó. A atriz, inclusive, compôs o cenário com objetos de sua própria casa e o vestido de sua festa de formatura foi incorporado ao figurino na peça.

O mote principal da dramaturgia é a desconstrução do amor romântico. Aquele impregnado de idealização e dificuldade de enxergar o outro de verdade – o imaginário colonizado pela sincronia perfeita, que invalida a realidade, causando mal-estar. Daí a importância de colocar em cena uma mulher contemporânea, externando o paradoxo de ser independente emocionalmente e financeiramente, e se pegar fantasiando e reproduzindo afirmações colonizadoras de como amar e ser amada. E, também, revelando uma diversidade de arquétipos e mulheres possíveis que habitam em cada uma.

“Essa peça é sobre o amor e também sobre a queda da construção do amor romântico. Para nós, mulheres e homens, é extremamente importante refletir sobre a construção desse padrão do amor idealizado que não está mais respondendo satisfatoriamente, que está perdendo cada vez mais a sua força por ter, na sua base, a possessividade, o desrespeito a individualidades, o controle e o ciúme”, afirma Virgínia Martins.

Divulgação