Paternidade tardia é uma realidade mas requer planejamento, explica especialista em Reprodução Humana

Agosto chegou e, com ele, uma das celebrações mais simbólicas do Brasil: o dia dos pais. Muitos homens já comemoram a conquista de uma família daquele jeito que sempre imaginaram, mas outros ainda estão na batalha. E para estes últimos, em especial, é que o Dr. Fábio Vilela, médico do IVI Salvador, especialista em Reprodução Humana, traz dicas importantes. Um dos termos mais debatidos – e ouvidos – nos últimos tempos é a Paternidade Tardia. Ela já é uma realidade em muitos países e também no Brasil. Mas o especialista reforça que é necessário um planejamento para que o homem possa ser pai depois de uma determinada idade, sem correr riscos e também sem oferecer riscos ao bebê.

Isso porque já existem evidências de que a idade avançada do pai pode ser a causa de alguns problemas. Abortos, malformações congênitas e problemas específicos do comportamento (como autismo e esquizofrenia), entram nessa lista. Como resultado, os pesquisadores alegam que mutações espontâneas acumuladas no DNA do esperma, devido ao envelhecimento do homem, seriam as grandes responsáveis pelos problemas provocados nos bebês.

“Por muitos anos acreditava-se que a idade avançada só prejudicava as mulheres, na relação com a gestação. Mas aos poucos temos lido e acompanhado informações sobre a influência da idade paterna “, explica Dr. Fábio.

Congelamento de sêmen ajuda os homens
Com a evolução da ciência e de suas técnicas, hoje se tornou possível se programar para uma paternidade tardia. Para isso, os homens contam com o apoio da medicina reprodutiva, utilizando a técnica do congelamento do sêmen. O procedimento deve ser realizado em uma clínica ou banco próprio para isso. A técnica também é indicada para homens que estejam passando por tratamento de quimioterapia ou vasectomia. Ou ainda para os que vão se submeter a cirurgias que possam colocar sua capacidade reprodutiva em risco. Não existe uma idade definida para esse tipo de alternativa. Cada caso é um caso. Se o único fator for a idade, o recomendado é que seja a partir dos 35 anos. Para os homens que praticam esportes onde há chance de afetar a fertilidade, é indicado o congelamento ainda na juventude. É o caso de praticantes de artes marciais, ciclismo e futebol; que podem causar impactos na região genital. Se a ideia é focar primeiro nos estudos e na carreira, para depois formar uma família, tudo bem! Hoje, graças aos avanços da medicina reprodutiva, com procedimentos (cirurgia para melhorar a produção de espermatozoides, retirada, congelamento e doação de material biológico), barriga solidária; os homens são capazes de ter filhos mais tarde.

A reprodução assistida tem auxiliado muitos homens
Não só os homens, mas famílias inteiras têm sido beneficiadas pelos avanços da medicina reprodutiva. Se um homem já sabe que quer ser pai tardiamente, pode congelar o sêmen e esperar o momento mais adequado para dar prosseguimento ao projeto de vida. Mas muitos outros não tiveram esse planejamento e se veem numa situação de infertilidade. Para esses, ainda assim, a medicina reprodutiva tem sido aliada. “É fundamental que esse homem, mesmo mais velho, investigue e tente identificar o que está causando sua infertilidade. Pode ser uma IST, pode ser um hábito nocivo de vida, pode ser outra condição que não a idade. Existem situações em que a infertilidade pode ser tratada”, complementa Dr. Fábio.

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