Dois mil e vinte foi, sem dúvida, o ano em que as teleconsultas mais cresceram no Brasil. O pontapé inicial foi o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentar o uso da modalidade virtual para profissionais de saúde, após a aprovação em abril, da Lei nº 13.989/2020, que entre outros pontos, autorizou a prática da telemedicina para todas as áreas de saúde enquanto durar a pandemia causada pelo novo coronavírus.
Além das consultas de emergência e de todo apoio virtual que médicos e hospitais deram aos pacientes com covid-19, outras categorias também se beneficiaram dessa facilidade. Pesquisas apontam que passamos de 1,5 milhão de teleconsultas no ano passado, sendo que Dermatologia foi uma das especialidades com maior procura para os atendimentos virtuais.
Esses dados refletem muito do que observei desde março de 2020, quando começou a quarentena. As pessoas em home office e nas reuniões virtuais começaram a se olhar mais e querer cuidar melhor da aparência. Muitas consultas nessa época foram por telemedicina para discutir as possibilidades de tratamento e já começar uma programação.
A economia financeira gerada pela ausência de viagens e outras opções de lazer também contribuiu para que as pessoas pudessem viabilizar o desejo de melhorar esteticamente.
Para completar, na quarentena ainda há a comodidade de fazer o procedimento e muitas vezes poder se recuperar mantendo a rotina do trabalho remoto, sem necessidade de afastamento e sem que outros sequer saibam.
Com tudo isso, percebemos que a teleconsulta passa a ter um papel importante para a Medicina Estética no Brasil, funcionando como uma triagem – que é essencial para a área. O médico tem a chance de conhecer melhor as dores do paciente e entender os próximos passos e o paciente tem a chance de coletar informações com calma, sem pressa, para escolher o melhor profissional para uma avaliação física, que é imprescindível para um planejamento dos procedimentos a serem feitos.
Outro ponto importante a destacar é que a teleconsulta não tem limitação geográfica, portanto, quem mora em regiões que sofrem com menos profissionais altamente especializados naquilo que buscam, passam a ter a chance de ter o médico a um clique.
Apesar de todos os obstáculos que enfrentamos em 2020 e que sabemos que ainda temos que superar esse ano, a teleconsulta foi um ganho muito positivo para população em geral e necessário para os novos tempos da Medicina. Para o mercado de Estética, onde atuo há 20 anos, posso afirmar que o salto foi mais alto do que esperava, o que me faz acreditar que entramos em 2021 prontos para crescer ainda mais. E seguimos na torcida para que o CFM regulamente em definitivo a atividade da teleconsulta, mantendo o mercado cada vez mais aquecido.