Quando o assunto é o mercado de bebidas, os vinhos ganham uma posição diferenciada por sua diversidade de rótulos, uvas, vinícolas e produtores em todo o mundo. O toque da bebida ao harmonizar com delícias gastronômicas, as garrafas e embalagens exuberantes e a difusão de conhecimento em torno de uma cultura secular são algumas das particularidades desse universo.
Especialista em vinhos e Consultor de Comunicação e Marketing na Orion Vinhos, Alexandre Santucci concedeu uma entrevista para pontuar as principais necessidades que o mercado enfrenta. Ele também fala sobre seu novo livro “Poemas, Crônicas e o Amor” e sua trajetória profissional no mercado de vinhos. Acompanhe:
Redação: Você é capaz de apontar os desdobramentos da pandemia nos dois mercados que você tem muita intimidade: Livros e Vinhos?
Alexandre Santucci: Antes da pandemia chegar ao Brasil, lancei dois livros: “Sucesso é o Caminho” e a 2ª edição do “Descomplicando o Vinho”. Eu prestava serviços de consultoria para importadores de vinhos, aí veio a pandemia e tudo parou. Eu também (risos). Era o momento observar que novas práticas surgiriam. Hoje vejo, naturalmente, que as plataformas eletrônicas se fixarão como o maior vetor de conversão de vendas na maioria dos mercados, porém os produtos fisicamente ainda serão as preferências. É o caso dos livros e, claro, dos vinhos. Outra questão que para mim ficou clara é da comunicação. Ainda é muito ultrapassada em diversos setores.
Redação: Por que você a comunicação desses segmentos com esse ar negativo?
Santucci: Particularmente tenho uma personalidade de “self made man”. Além de ser curioso e estudar muito, decidi publicar meus livros em uma plataforma de auto publicação. Após pesquisar e entrar em contato com várias editoras, percebi que você paga para publicar e termina aí o compromisso dessas editoras de “autores desconhecidos”.
O livro “Descomplicando o Vinho” é um case. Sou o autor do blog de vinhos mais antigo do Brasil. Sugeri a uma plataforma que fizéssemos uma parceria de enviar o livro para a mídia especializada de vinhos. Eu pagaria as cópias e eles enviariam, já que a ideia era comunicar o livro e a editora. A resposta foi que não interessava, só isso! Agora veja como se constrói uma marca senão pela comunicação dirigida, degrau por degrau até chegar na boca dos consumidores.
No vinho é pior ainda: temos pouquíssimas mídias especializadas que acabam sendo muito mais comerciais que editoriais, por isso o consumidor acaba comprando menos. A meu ver falta ousadia, cruzar linhas, firmar parcerias com grandes mídias, mas principalmente “bombar a boa informação”.
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