Marcello Brito, da ABAG: Soja brasileira tem muito potencial de crescimento

A soja brasileira tem muito potencial de crescimento, por meio da agregação de valor. Isso porque o complexo soja, em 2019, deu um retorno ao país de quase R$ 5000,00 por hectare. “Há uma oportunidade para que o mercado evolua ainda mais, agregando um número maior de produtos processados feitos a partir do grão e fornecendo aos países compradores e ao mercado local, gerando novas divisas e mais renda à cadeia de produção”, disse o presidente do Conselho Diretor da ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, na live “Protagonismo da soja na agricultura do Brasil e do mundo”, promovida pela BASE, no dia 22 de novembro.

Para isso ocorrer, Brito ponderou ser necessário um trabalho de relações internacionais baseado na inteligência de mercado e no comércio internacional, ou seja, na visão de que os países de interesse são todos aqueles que compram do país. “Não pode haver viés ideológico nessa questão”, pontuou. A seu ver, o setor da soja é o maior em tamanho, em faturamento e em tecnologia aplicada dentro do agronegócio brasileiro. “É um verdadeiro sucesso”.

Outro fator importante diz respeito às mudanças climáticas e a preservação do bioma Amazônico. “Precisamos enfrentar o desmatamento ilegal. Realmente, essa é uma questão criminal, mas que afeta o agro, pois essa área pode posteriormente ser utilizada para pastagem ou cultivo de alguma cultura”, acrescentou. Em sua avaliação, com a Amazônia totalmente preservada, o agronegócio teria uma vantagem competitiva ainda maior.

Brito ponderou ainda sobre a necessidade de o país alcançar uma maior maturidade social – relação entre a sociedade civil organizada, a inciativa privada e o governo – e empresarial, ou seja, se liberar do jugo do governo. Ele também salientou a disrupção na cadeia de consumo interno e externa, que exige parâmetros diferentes aos produtores. Um exemplo é o mercado da carne, que quando exportada possui um alto grau de rastreabilidade devido às demandas internacionais. Já no consumo interno, ele questionou quantos compradores querem saber a procedência do produto na hora da compra.

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