Inteligência Artificial a serviço da reprodução humana e tecnologia em favor da vida são temas de destaque no 38ª Congresso da ESHRE na Itália

Depois de dois anos, o Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, a ESHRE (European Society of Human Reprotuction and Embriology) acaba de realizar sua 38ª edição na Itália. Na ocasião, o Grupo IVI apresentou 60 trabalhos, participou em 2 sessões convidadas, em 7 palestras em cursos pré-congresso e outras 4 sessões patrocinadas, com o objetivo de destacar a liderança do IVI em pesquisa e desenvolvimento no mundo. Ao todo, foram mais de uma centena de profissionais do Grupo IVI de diversos países que estiveram no congresso. Inclusive, o IVI ganhou no evento, um “Clinical Science Award” por uma das apresentações de pôster. A Diretora Médica do IVI Salvador, Dra. Genevieve Coelho e a médica Dra. Isa Rocha, especialista em Reprodução Humana e Obstetrícia, também do IVI, participaram das atividades em Milão e voltam a Salvador com muitas atualizações do mercado mundial de reprodução assistida. Nos dias que passaram na Europa, as médicas se reuniram com outros profissionais que também integram o Grupo IVI, que atualmente possui 80 clínicas em 9 países e outros 7 centros de pesquisa mundiais. Entre os destaques do evento, o uso da Inteligência Artificial como aliada da reprodução assistida. Um dos estudos apresentados em Milão mostrou que, pela primeira vez, a Inteligência Artificial atingiu 90% de precisão na seleção de embriões cromossomicamente normais. Ainda seguindo a linha da tecnologia em favor da reprodução humana, um outro estudo apontou a importância cada vez maior do Diagnóstico Genético Pré-Implantação para redução de problemas de implantação de embriões.

“Foram muitos dias de debates, apresentações de casos e estudos recentes. Os especialistas de todo o mundo trouxeram contribuições para o desenvolvimento da área de reprodução assistida. E com certeza, levaremos inovações na bagagem para ajudar ainda mais a possibilitar os sonhos de muitos casais”, conta a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

Inteligência Artificial e a Reprodução Assistida
A Inteligência Artificial (IA) entrou em nossas vidas para ficar. Seus resultados promissores nos diferentes campos sociais, políticos, econômicos e até científicos delineiam um lugar preferencial para esta disciplina cujo interesse e aplicações crescem a um ritmo vertiginoso. O estudo “Triagem baseada em inteligência artificial (IA) para testes genéticos pré-implantação (PGT) faz sentido; um modelo de IA que detecta novas características no embrião associadas à ploidia” foi apresentado na 38ª edição do Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), liderado pelo Dr. Marcos Meseguer, embriologista e supervisor científico do IVI Valencia.

“Este é um estudo pioneiro, pois, pela primeira vez no mundo, desenvolvemos e combinamos 5 módulos independentes que analisam características do embrião por visão computacional, atingindo assim uma precisão de 90% na previsão de embriões cromossomicamente normais. Poder avaliar o potencial de implantação embrionária dessa forma nos permite melhorar a eficiência de um processo fundamental na reprodução assistida, como o cultivo e a seleção de embriões”, explicou o Dr. Meseguer.

A IA oferece assim a possibilidade de estudar o embrião através de algoritmos complexos que evitariam ter que manipulá-lo e extrair células, podendo obter uma elevada capacidade de sucesso na seleção daquelas viáveis ​​para transferir para o útero da mãe.

Outros temas apresentados pelo Grupo IVI na ESHRE
Um dos temas apresentados trouxe o Dr. Juan Antonio García Velasco, Diretor Científico do IVI, que falou sobre “Mitos e realidades da receptividade endometrial na Reprodução Assistida”. O especialista traçou as linhas de análise fundamentais para alcançar o sucesso nos tratamentos reprodutivos e defendeu o Diagnóstico Genético Pré-Implantação (PGT-A) como aliado fundamental para descobrir falhas nos embriões e reduzir drasticamente os problemas de implantação.

“Quando falamos em ‘falha recorrente de implantação’, conceito que foi recentemente redefinido, sabemos que o que falha na maioria dos casos é o embrião. Nesse sentido, torna-se imprescindível saber como são os embriões ‘por dentro’, ir além da morfologia, do que vemos ao microscópio; estudá-los em profundidade. E para isso, o diagnóstico genético pré-implantação (PGT-A) nos ajudará a confirmar se os embriões são cromossomicamente normais ou não, o que explica não todas, mas a grande maioria das falhas de implantação”, explica o Dr. García Velasco.

Outro tema que causou bastante interesse aos especialistas presentes no congresso foi sobre a idade paterna. A realidade atual nos mostra como a idade para ser pais está cada vez mais atrasada. Nesse sentido, existem muitos estudos recentes sobre a influência da idade materna nos aspectos obstétricos, gestacionais e perinatais, mas pouco se sabe até o momento sobre o envolvimento da idade paterna nesse campo. Os estudos nessa linha são batizados de: “A idade paterna não afeta os resultados obstétricos e perinatais em ciclos de FIV ou ICSI com oócitos autólogos” e “A idade paterna está significativamente relacionada com o tipo de parto e o sexo do recém-nascido em FIV ou ciclos ICSI com ovócitos doados”. As pesquisas foram lideradas pela Dra. Ana Navarro, investigadora da Fundação IVI, e orientadas pelo Dr. Nicolás Garrido, diretor da Fundação IVI. Os trabalhos tinham como objetivo mostrar se o sêmen de um adulto em idade paterna avançada afeta a saúde obstétrica das mulheres durante a gravidez, o tipo de parto e a saúde do recém-nascido e, em caso afirmativo, como ocorre essa influência. “Neste momento, e apesar de vários estudos sugerirem o limiar para considerar a idade paterna ‘avançada’ aos 40 anos, consideramos oportuno rever este limite de acordo com os resultados atuais”, explica o Dr. Garrido.

“A fertilidade masculina é um campo ainda um pouco desconhecido em matéria científica, pelo que no IVI, conscientes disso, continuamos a investigar dia a dia para enfrentar os desafios que apresenta”, concluiu o Dr. Garrido.

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