O avanço nas questões relativas à sustentabilidade é uma demanda global crescente em todos os setores da economia e já afeta tanto a competitividade, quanto a perenidade das corporações. Os consumidores – e também os profissionais, ao decidir onde trabalhar – dão preferência, cada vez mais, às marcas que prezam pela responsabilidade socioambiental. Sem falar no desinteresse de um grande número de investidores por negócios que não se enquadrem nos critérios ESG (Environmental, Social and Corporate Governance). No caso do agronegócio, a relevância do tema tem sido ainda maior, em função, especialmente, da importância da atividade no Brasil e de seus impactos na população. Assim, é fundamental que as empresas do setor trabalhem essa abordagem de forma estratégica, o que significa que ela deve estar agregada à cultura organizacional.
O CEO e headhunter da Prime Talent, David Braga, explica que implementar e aprimorar uma gestão sustentável já foi um diferencial para o agronegócio, mas, hoje, é uma obrigação e exige que as lideranças tenham uma visão sistêmica dos fatores ambientais, sociais e de governança corporativa. “É um processo que ocorre em longo prazo, demanda planejamento, capacitação e engajamento de todas as áreas, além de comunicação transparente, clara e objetiva. Muitas vezes, dependendo do nível em que a companhia se encontra em relação a essas práticas, será preciso até mesmo criar novos paradigmas”, argumenta. Nesse sentido, o executivo afirma que as companhias que não aperfeiçoarem sua forma de atuação serão cobradas e, dificilmente, sobreviverão.
Dessa forma, os gestores precisam estar bem engajados ao propósito da corporação, além de acompanhar as novas exigências do mercado. Eles devem atuar como agentes precursores de inovação e motivar os demais ao seu redor, pensando globalmente e agindo localmente. “As empresas têm o papel de mitigar os impactos de seus processos produtivos, além de cuidar das pessoas e ofertar produtos cada vez mais sustentáveis. A partir daí, conseguem criar valor para os diversos stakeholders (acionistas, colaboradores, fornecedores, consumidores), ou seja, uma agenda de interesse de todos”, reforça Braga.
Ele ainda observa que o agronegócio é uma área complexa, pois engloba uma ampla cadeia de fornecimento e é importante garantir a sustentabilidade nos variados âmbitos da atividade. Isso envolve decisões, discussões e alinhamentos com todos os envolvidos, por exemplo, assegurar novos manejos sustentáveis na produção agrícola ou estimular mudanças na pecuária que atendam às expectativas das novas gerações, mais engajadas em causas ambientais e humanitárias. “As companhias precisam olhar com atenção e urgência para o atual contexto e se adequar, com rapidez e eficiência. É um desafio e, por sua vez, uma grande oportunidade de transformar essa tendência em algo permanente”, conclui. Vale lembrar que os resultados não estão mais focados somente nos indicadores financeiros, portanto, é essencial buscar, também, a evolução da organização, das pessoas e da sociedade.
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