Ficção LGBTQIAP+ que inspira a autodescoberta

Depressão, preconceito, sexualidade e conflitos familiares são alguns dos temas que a publicitária Julia Rietjens trata no romance Meu gato me odeia. A personagem principal, Sâmia, é uma adolescente que está descobrindo a si e ao mundo, mas as coisas ficam mais complicadas quando entende a própria sexualidade: ela é lésbica. Com um coração balançado por uma nova amiga e dilemas da adolescência, a autora paulista representa Sâmia como a força que todos podem encontrar dentro de si e um lembrete sobre a importância de ter apoio, mesmo que seja de um bicho de estimação intempestivo chamado Tirano.

Congelada, cheguei à conclusão de que não ligaria se meu primeiro beijo fosse com ela e isso me assustou. Era um sentimento errado, não era? Eu não frequentava a igreja, mas minha mãe vivia dizendo que Deus fez o homem e a mulher para ficarem juntos. (Meu Gato me Odeia, pg. 69)

Inspirado em romances LGBTQIAP+ como Heartstopper, O Amor Não É Óbvio, Ela Fica Com a Garota e Céu Sem Estrelas, Julia, que também é autora do livro Se eu fosse um clichê, desenha a descoberta sexual da protagonista com obstáculos como o fato de ter uma mãe religiosa, o que torna o processo da autoaceitação mais difícil. A dificuldade de conviver com a homofobia no ambiente familiar e, após ser expulsa de casa, restam apenas incertezas. A história é entrelaçada entre o conhecimento da própria sexualidade, o divórcio conturbado dos pais e o primeiro beijo. Fatos que são amarrados enquanto Sâmia amadurece e lida com as próprias questões, medos e paixões.

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