Estresse é gatilho para transtorno alimentar

A operadora de saúde Care Plus faz um alerta para um problema nem sempre diagnosticado precocemente e que pode ter consequências graves: transtornos alimentares. Um levantamento do Programa Mental Health, desenvolvido pela Care Plus, apontou que aproximadamente 30% das pessoas que buscam atendimento fazem referência a alguma alteração nos hábitos alimentares, secundária ao sofrimento emocional.

“Situações de estresse podem desencadear distúrbios alimentares em pessoas que têm predisposição a esses tipos de transtornos”, explica Luciana Vargas, doutora e mestre em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e psiquiatra da rede Care Plus.

Segundo a médica, transtornos alimentares possuem causas multifatoriais que abrangem genética e ambiente. Além disso, existe um período da vida em que o problema costuma ter início: na adolescência. ““Existe a possibilidade de redes sociais funcionarem como gatilhos para distúrbios alimentares, sobretudo em adolescentes, pois potencializam a divulgação de padrões de beleza inacessíveis”, acrescenta. A psiquiatra Luciana Vargas enfatiza o efeito da pandemia entre os jovens nos aspectos de saúde mental e a relação com a alimentação. “De acordo com estudo recente, publicado na revista Pediatrics, a hospitalização de adolescentes nos Estados Unidos por transtornos alimentares mais que dobrou nos primeiros 12 meses de pandemia quando comparado aos últimos três anos antes da Covid-19.”

Compulsão alimentar, bulimia e anorexia são os transtornos mais conhecidos. Os pacientes têm, em comum, uma forte crença de distorção de sua imagem corporal. O tratamento deve ser multidisciplinar, com psiquiatra, psicólogo, nutricionista e clínico geral. “A abordagem terapêutica envolve psicoterapia cognitivo-comportamental e o uso de antidepressivos como inibidores seletivos da recaptação de serotonina ou o uso de agentes para o comer compulsivo”, esclarece a médica.

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