O Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS) promoveu nesta quinta (15) o Desafio dos Cosméticos mais Sustentáveis, evento que integra a série Diálogos CEDS. A conversa contará com Heitor Bonadio (diretor executivo da Terral Natural, produtora de cosméticos), Alexandre Filippetti (cofundador da Chameleon Sun, fabricante de protetores solares) e Karina Baratella (cofundadora da consultoria de gestão Samaúma). A mediação foi de Marcus Nakagawa, coordenador do CEDS. O evento discutiu mudanças e desafios em sustentabilidade no mercado de cosméticos.
“O comportamento dos consumidores de cosméticos está passando por muitas mudanças”, diz Nakagawa. “Há uma busca cada vez maior por produtos mais saudáveis e sustentáveis.” Para Karina Baratella, da Gestão Samaúma, os produtos sustentáveis ainda precisam ser mais acessíveis aos consumidores. “A maioria dos consumidores do mercado cosmético está disposta a comprar produtos sustentáveis, mas nem sempre o acesso é fácil. Ele precisa ser democratizado”, afirma. Segundo ela, isso também precisa passar pelo custo. “Ser sustentável ainda é mais caro, mas com o avanço das mudanças no mercado, os custos tendem a se equilibrar aos produtos convencionais.”
Bonadio, da Terral Natural, explica que o espaço para evolução está sendo ampliado para além dos consumidores tradicionais de produtos naturais. “No início da nossa empresa, em 2015, os cosméticos naturais eram um produto de nicho. Percebemos que hoje estamos atraindo uma variedade maior de consumidores”, afirma. A Terral Natural vende cosméticos sem conservantes corrosivos, corantes artificiais e fragrâncias sintéticas, para clientes como Amaro e Hotéis Renaissance. Segundo Bonadio, o principal desafio hoje é reduzir a dependência dos derivados de petróleo nas embalagens. “Ainda há poucas opções de embalagens 100% sustentáveis, sem derivados de petróleo. Aos poucos, estamos adaptando nossa cadeia de fornecedores a essa demanda.”
A Chameleon Sun, empresa que produz protetores solares veganos e sem aditivos químicos, encontrou uma solução para as suas embalagens em parceria com a ONG Eco Local Brasil. “As embalagens de nossos produtos são feitas de plásticos recolhidos do mar e reutilizados. Incentivamos nossos clientes a comprarem somente refis após a primeira aquisição, o que reduz em 80% a quantidade de plástico em circulação”, afirma Alexandre Filippetti, cofundador da empresa. “Ainda existe muito greenwashing no mercado de cosméticos. Não adianta só ter uma embalagem reciclada se a composição do produto vem de uma cadeia de produção poluente.” A série Diálogos CEDS tem apoio de divulgação de Envolverde, Instituto Mais, Mercado Ambiental, ABRAPS, MIB Brasil, Green Business Post, AUB e BioMovement.
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