Dentistas estão fazendo a indústria de estética do Estado sorrir e vão morder um mercado de US$ 35,7 bilhões até o ano de 2023

A cirurgiã dentista Milena Priolli Satriani, de Pouso Alegre (MG), é a primeira dentista brasileira a ganhar uma liminar que permite a realização de cirurgias plásticas faciais no Brasil, um evento histórico para a Odontologia. A luta pioneira para o reconhecimento da Odontologia Estética é liderada pelo cirurgião plástico e professor Thiago Marra, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde (Abrapros). A associação atuou fortemente para a conquista da liminar conquistada pela cirurgiã dentista Milene Priolli Satriani, cujo caso foi conhecido no Brasil inteiro através de uma reportagem do programa Fantástico, que divulgou a denúncia de uma paciente contra a prática da cirurgiã dentista. Há uma luta pela reserva de mercado das intervenções estéticas no rosto por conta do domínio do campo pela Medicina, mas a Odontologia vem ganhando força e o reconhecimento jurídico necessário para sua atuação neste ramo. Hoje o Brasil ocupa o 4° lugar na lista dos países com os maiores mercados de Odontologia Estética. Uma publicação do Conselho Federal de Odontologia (CFO) mostra que o Brasil é o país com mais dentistas no mundo, concentrando cerca de 19% dos profissionais. Entretanto, 57% destes se encontram em apenas três Estados – cerca de 33% estão em São Paulo, enquanto Minas Gerais e Rio de Janeiro têm, cada um, aproximadamente 12% dos dentistas do Brasil.

A reserva de mercado operada pela Medicina tem sido enfrentada pela Abrapros. Contra as acusações de erros que ocorrem em intervenções estéticas realizadas por cirurgiões dentistas, Marra aponta que descasos médicos sofridos com brasileiros matam mais que câncer, segundo apontou um estudo da Unesp. A cada três minutos, cerca de dois brasileiros morrem em um hospital por consequência de uma negligência médica que poderia ser evitada. Essas falhas acarretaram em 434 mil óbitos, o equivalente a 1 mil mortes por dia, à frente de doenças cardiovasculares e câncer, que em 2021 mataram 339.672 e 196.954 respectivamente. No caso dos erros procedentes das intervenções cirúrgicas, várias falhas médicas já levaram a óbitos, mesmo pelas mãos dos mais experientes cirurgiões plásticos, como os da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica Marra.

Um dossiê criado pela Associação Brasileira de Médicos Pós-Graduados (ABRAMEPO) comprovou que não houve falha técnica por parte das práticas da cirurgiã-dentista Milena Priolli Satriani, ao contrário do que o programa Fantástico noticiou. Casos como o da cirurgiã dentista levaram Marra a defender a formação de cirurgiões dentistas e a implantação de uma pós-graduação para estes profissionais no MEC, voltada para formar cirurgiões dentistas de qualidade neste tipo de procedimento estético.

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