Clima se mostra favorável no início da safra de soja 2021/22

A chegada das chuvas na maioria das regiões produtoras na segunda quinzena de outubro impulsionou o ritmo de semeadura da soja. Até 28 de outubro, o plantio atingiu 52% da área prevista, segundo estimativa da consultoria AgRural. As projeções até o momento são favoráveis, sendo que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê alta de 2,5% na produção, atingindo 140,75 milhões de toneladas de soja na temporada 2021/22.

Os produtores devem ficar atentos às condições climáticas para conduzir os trabalhos de campo. Também é importante reforçar a importância de sempre consultar e seguir as determinações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), um importante e tradicional instrumento do Ministério da Agricultura que foi publicado pela primeira vez na safra de 1996.

O zoneamento se baseia em estudos que avaliam parâmetros de clima, solo e ciclos de cultivares para determinar as épocas ideais de plantio em todo o Brasil, com o objetivo de quantificar os riscos climáticos e minimizar perdas no campo. As recomendações do ZARC atualmente abrangem 40 culturas e o consórcio de milho com braquiária, considerando particularidades de todos os Estados e do Distrito Federal.

De acordo com Ricardo Caraça, gerente técnico de seguros agrícolas na FF Seguros, as chuvas recentes estão propiciando condições satisfatórias para o plantio. “A princípio, os produtores não enfrentarão dificuldades para plantar dentro do cronograma estabelecido pelo ZARC”, diz ele. No entanto, o especialista destaca que apenas confiar no zoneamento não é o suficiente. “O plantio dentro do cronograma do ZARC é um mitigador estatístico de risco, ainda assim, o fator climático pode se tornar uma forte adversidade. Dessa forma, o seguro agrícola é uma ferramenta vital para que o produtor possa se proteger das intempéries climáticas e assegurar sua perenidade no negócio”, afirma Caraça.

Também é preciso acompanhar o andamento da safra para traçar perspectivas mais realistas para cada área. Se as chuvas ultrapassarem o volume ideal para a época, isso pode atrasar a safra ou gerar a necessidade de replantios. “Muitas regiões, como Maringá e Goioerê (PR), já estão com excesso de chuvas, o que está impactando na janela ideal para plantio de soja. Mas, comparado com o cenário do ano anterior marcado pela falta de umidade, o clima não está comprometendo a primeira safra. O comprometimento pode ocorrer na safra de milho que virá na sequência”, analisa Guilherme Frezzarin, que é superintendente de agronegócio da FF Seguros.

Ainda que haja atrasos, desrespeitar o zoneamento agrícola não é recomendável. “Perder o timing pode significar ter que assumir sozinho os riscos em decorrência de uma quebra climática, podendo comprometer seu patrimônio e sua estabilidade produtiva”, alerta Caraça.

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