Brasil tem potencial de se tornar o celeiro de tecnologias para o agronegócio no mundo

O potencial do Brasil para ser o maior fornecedor de alimentos, fibras e energia em nível global é comprovado pela produtividade, eficiência e sustentabilidade das cadeias de valor do agronegócio. Um dos fatores que possibilitaram esses ganhos expressivos na produção de alimentos foi o desenvolvimento de novas tecnologias, o investimento em inovação e a capacidade do brasileiro em empreender. Desse modo, segundo os participantes do evento online “Inovação no Agro: Quais os Desafios no Financiamento das Startups?”, promovido no dia 29 de março pelo Comitê de Inovação da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), o país tem também o potencial de se tornar o celeiro de tecnologias para o agro no mundo. O evento realizado pelo Comitê faz parte de uma série de iniciativas identificadas como oportunidades de ação para contribuir com o desenvolvimento da Inovação no setor.

“Hoje, as organizações estão mais abertas às novas tecnologias, a linguagem das startups ficou mais aderente e os empreendedores têm visto os problemas de maneira sistêmica. Com isso, o Brasil tem grande possibilidade de ser fornecedor de tecnologias globais”, disse Ariadne Caballero, sócia da SPVentures, que acrescentou que os investidores internacionais hoje veem o agronegócio brasileiro como uma oportunidade.

Mariana Bonora, diretora da Associação Brasileira de Fintechs (ABfintechs) e CEO da Bart Digital, avaliou que nos últimos cinco anos houve uma transformação no cenário das agritechs, ocasionada por três fatores. O primeiro é a mudança do perfil do empreendedor, hoje mais maduro, que permite a startup atingir o produto ideal mais rápido, reduzindo o tempo de inovação. A segunda é a alteração do perfil tecnológico do produtor rural, que vem migrando para as plataformas digitais. E, o terceiro está nas corporações que passaram a se relacionar de modo mais assertivo com as startups, ao perceber que elas contribuem para o desenvolvimento de soluções aderentes aos seus desafios. Para João Comério, coordenador do Comitê de Inovação da ABAG, o Brasil é naturalmente empreendedor. Por outro lado, o país conta com muitas oportunidades para o agro, o empreendedorismo e a inovação avançarem cada vez mais.

Nesse sentido, a Embrapii tem auxiliado no desenvolvido de produtos inovadores no agronegócio. De acordo com João Menezes, coordenador de Planejamento da Embrapii, ano passado, foram desembolsados mais de R$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, sendo 181 empresas parceiras no agro. As agritechs podem buscar nos 76 centros de pesquisa o parceiro ideal para vencer seu desafio tecnológico. “Nosso foco está na flexibilidade, agilidade e burocracia zero, por isso não há edital e todos os envolvidos precisam colocar recursos”, ponderou.

Divulgação