A Transformação Digital chegou ao Atacarejo

Certamente transformação digital é um dos assuntos mais falados nos últimos tempos. Todas as empresas precisam de fato empreender uma verdadeira jornada de transformação digital em seus negócios para se manterem competitivas no mercado. Mudar conceitos e modelos de negócios que fizeram empresas e empresários serem bem-sucedidos é um enorme desafio, tanto do ponto de vista empresarial, quanto pessoal: na mentalidade de acionistas, sócios e executivos.

Um dos segmentos de negócios que mais prosperou nos últimos anos no Brasil foi o segmento do atacarejo, um modelo que combina o papel híbrido de atacado, ao atender pequenos comerciantes e transformadores (pizzarias, “dogueiros”, lanchonetes etc.) e varejo, ao atender também o consumidor final. Mas o que significa e no que pode impactar a transformação digital para esse segmento tão relevante para o país, que gera milhares de empregos e atende milhares de clientes?

Sem nenhuma pretensão de fazer exercícios de futurologia e nem de esgotar o assunto, penso que a “tão falada e ainda nem tão praticada assim” transformação digital já impactou e ainda vai impactar com força o atacarejo, tanto em suas atividades “core” tradicionais (comprar, abastecer, operar as lojas e vender), como nas atividades de “suporte” como finanças, suprimentos, jurídico, manutenção de lojas. As áreas de TI e RH antes chamada de suporte, transformaram-se em estratégicas e possuem papéis fundamentais nessa jornada de transformação. No caso da TI, há a dificílima missão de orquestrar todos os sistemas e ferramentas que cada processo requer, fazer o básico bem-feito e ao mesmo tempo trazer inovação. No caso do RH, o desafio permanente de identificar as pessoas com o perfil e atitudes condizentes com a cultura e propósito da organização somou-se à mentalidade digital exigindo uma transformação cultural.

Quando se fala em transformação digital no atacarejo a primeira questão que vem à mente é o e-commerce, vender pela internet. Claro que isso é importante, principalmente quando se acrescenta uma visão “anywhere channel” em que o cliente pode comprar pela internet e retirar na loja, para ficar apenas em um dos modelos possíveis e mais comuns. Para isso, é preciso uma série de ajuste em sistemas, processos, procedimentos operacionais nas lojas, questões fiscais e no modo de analisar os resultados de cada canal e/ou loja.

Mas a transformação digital é muito mais do que uma operação “anywhere channel”. Ela começa com o uso de sistemas e ferramentas que apoiem o planejamento mais efetivo da demanda, a otimização de compras junto aos fornecedores, a gestão do cadastro de produtos e fornecedores, a definição e monitoramento do sortimento ideal para cada loja, a automação da gestão de verbas com fornecedores, a precificação dinâmica, a venda automática de espaços privilegiados em ilhas ou pontas de gôndola e muitas outras transformações nas relações comerciais entre fornecedores e o atacarejo.

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